Comunidades do Santuário Bravio de Kewene, em Inhambane, queixam-se de ataques de animais selvagens que invadem áreas de residências e “machambas”. As comunidades dizem ainda que os gestores da área de conservação devem construir cercas eléctricas para evitar invasão de animais selvagens.
O Santuário Bravio de Kewene existe há mais de 20 anos como uma área de conservação da vida selvagem e marinha.
Porém, em algumas áreas do santuário, existem comunidades que dizem estar a sofrer ataques de animais que invadem as suas residências e áreas de cultivo.
“Não estamos bem. Os animais atacam-nos. Antigamente, vivíamos bem. Nas nossas casas, somente convivíamos com homens e sem as nossas mulheres. Elas estão noutra comunidade que tem cerca, daí que cultivam lá. Os animais não chegam ao local”, contou Gabriel Dziwane, residente em Kewene.
Sem grandes possibilidades para cultivar, as comunidades vivem da pesca, mas, ainda assim, com muitas limitações, devido à falta de meios de conservação.
“Quando pescamos e vemos que os peixes ainda estão em condições, mandamos para Vilankulo, mas, por vezes, chegam lá enquanto já está podre”, frisou Américo Huo, outro residente.
A administração do Santuário Bravio de Kewene reconhece os problemas e explica que está a trabalhar para construir cercas que vão proteger as comunidades.
Segundo Jorge Saiete, gestor do Santuário, há um trabalho que se está a desenvolver para evitar ataques de animais à população local.
Para já, como forma de melhorar as condições dos pescadores, foi adquirido um barco e meios de processamento de pescado para a comunidade. De acordo com Francisco Pagula, administrador de Vilankulo, esta iniciativa visa melhorar as condições de vida da população.
No Santuário Bravio de Kewene, existem cerca de dois mil animais, na sua maioria antílopes. Já houve um casal de rinocerontes, entretanto um foi morto por caçadores furtivos e o outro foi devolvido por segurança.