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ANE aponta necessidade de revisão das normas de construção de pontes no país

A Administração Nacional de Estradas (ANE) diz que há pontes obsoletas no país. Sobre as que desabam pouco tempo depois de erguidas, Chaca Mafuiane, representante da ANE, diz que há necessidade de se rever as normas de construção, de modo a tornar as infra-estruturas resilientes aos eventos climáticos.

Nos últimos quatro anos, cerca de 76 pontes foram danificadas. Deste número, mais de 10 desabaram. Os eventos climáticos, como os ciclones Idai e Kenneth, influenciaram para tal.

Este ano, as cheias que se verificam desde esta quarta-feira, na capital do país, acrescentaram um dado às estatísticas. A ponte sobre o rio Calichane, na localidade de Impaputo, em Namaacha, desabou, cortando a ligação com o distrito de Boane.

Confrontada com a situação, a Administração Nacional de Estradas diz que as pontes estão obsoletas e que os eventos naturais só vêm realçar o facto.

“As nossas pontes foram dimensionadas para uma chuva de período de retorno de cerca de 50 anos, e as pontes que temos na nossa rede viária têm um período um pouco maior que aquilo que era a expectativa. Portanto, quando acontecem esses eventos extremos, não têm a capacidade de resistir como era desejado”, disse Chaca Mafuiane.

Em relação às pontes que desabam em menos tempo, como é o caso da que está sobre o rio Rovúbwè, em Tete, que tombou menos de dois anos após a sua reabilitação, Mafuiane justificou que “as normas que nós usamos podem não estar a adequar-se às necessidades que a natureza trás hoje”.

De modo a resolver o problema cíclico, a ANE diz que “já estão a desenvolver-se estudos para desenhar pontes que se adequem à necessidade actual.”

O Representante da ANE falava, este sábado, durante uma reunião entre o INGD, o SENSAP e o INAM, para o balanço do primeiro dia de resgate das vítimas das cheias na Cidade e Província de Maputo, que deixaram algumas vias intransitáveis.

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