Decorrem as sextas eleições gerais na África do Sul com 26.7 milhões de eleitores. O ANC, partido no poder há 25 anos, mostra-se favorável para vencer o escrutínio. O DA (Aliança Democrática) poderá continuar como o principal partido da oposição.
O ANC vai receber mais de 60% dos votos nacionais, independentemente da afluência nas urnas, segundo a última sondagem de votos de Ipsos divulgada hoje, um dia antes das eleições.
Estes e outros dados fazem parte do estudo “Pulse of the People” que foi feito em Março e Abril de 2019.
Foram realizadas 3 600 entrevistas domiciliares nos idiomas dos entrevistados selecionados aleatoriamente.
As sondagens de voto sugerem que o Congresso Nacional Africano (ANC) vai continuar a governar o país após 8 de Maio e a Aliança Democrática (DA) continuará a principal oposição de África do Sul.
O ANC tem apoio em todo o país, mas especialmente em Gauteng e KwaZulu-Natal. Os apoiantes da DA estão em maioria em Western Cape e Limpopo.
Independentemente da afluência nas urnas, o ANC é suposto conseguir angariar entre 61% e 65% dos votos a nível nacional.
Por sua vez, a DA é prevista que obtenha entre 17% e 19% dos votos em diferentes cenários de afluência – uma descida dos 22% dos votos que recebeu em 2014.
Os Combatentes da Liberdade Económica (EFF) poderão ganhar entre 10% e 11%, independentemente de qualquer cenário de afluência dos eleitores.
O estudo de Ipsos sugere que caso haja baixa afluência nas urnas, os eleitores do ANC estão comprometidos a votar na mesma e isso significaria o aumento considerável do apoio ao partido.
“Em um cenário de alta participação dos eleitores, o ANC consegue convencer os eleitores, que de outra forma não teriam votado, a sair e participar. Assim, tanto um baixo comparecimento como uma alta participação serão benéficos para o ANC.
“O apoio a outros partidos é menos consistente em vários cenários”, segundo a Ipsos.
O escrutínio sul-africano decorre em meio a frustração popular devido ao fraco crescimento económico que África do Sul tem registado nos últimos anos.
Cerca de 27% da população continua sem emprego e a economia que costumava cresceu em torno dos 4%, na última década reduziu para 2%.
A África do Sul tem também das piores taxas de desigualdade do mundo, havendo um grande fosso entre os ricos e os pobres, o que cria certo nervosismo na sociedade sul-africana, por ver sucessivos Governos do ANC que não conseguem resolver o seu problema.
Fora do fraco progresso económico, a Africa do Sul tem sido assolado por vários escândalos de corrupção que obrigaram o antigo presidente Jacob Zuma a renunciar ao poder em 2018.
O novo presidente Cyril Ramaphosa tem envidado esforços para limpar a imagem do partido no poder. Caso o ANC, a Aliança Democrática ou os Combatentes da Liberdade Económica vençam as eleições, o plano de expropriação de terra sem indemnização será outro desafio a ser enfrentado com cuidado de não se prejudicar a segurança alimentar.
Os sul-africanos também clamam por melhores condições de energia elétrica, após vários apagões e uma série de greves registadas na ESKOM, empresa estatal de eletricidade que se encontra mergulhada em crise financeira.