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Analista defende que burocracia das instituições abre espaço para corrupção 

Fidel Terenciano defende que a burocratização dos serviços públicos é feita de forma propositada para que o cidadão se submeta à corrupção. Para o cientista político e comentador da STV, embora o país tenha boas leis, há um grande problema na sua implementação. 

O programa Noite informativa desta terça-feira olhou para os desafios e as perspectivas dos 50 anos da independência nacional. Na sua intervenção, Fidel Terenciano criticou o excesso de burocracia nas instituições públicas e a má implementação na legislação. 

“A dificuldade da implementação da legislação em Moçambique está essencialmente ligada a duas questões: uma que é o que nós ganhamos desde o tempo colonial, que é o excesso de burocratização, que leva o cidadão a se frustrar quando vai atrás dos serviços públicos, e dois é que mesmo que a legislação seja bonita precisamos daquilo que chamamos de um refresco”, disse o analista, defendendo a necessidade de uma mudança de paradigma. 

Ainda sobre o mesmo assunto, Mukhtar Karimo defendeu que o aumento do nível de corrupção nos últimos anos deve-se à “não actualização do país”. 

“Infelizmente, os diversos governos não acompanharam este crescimento. E a explosão demográfica faz com que, por exemplo, no nosso país haja muitos jovens (…) Não houve um acompanhamento deste crescimento em termos demográficos, e falhamos em termos de condições para as diferentes faixas-etárias”, explicou.  

Para Karimo é importante que haja maior união e inclusão para a erradicação da corrupção no aparelho do Estado. “Se as pessoas forem mais unidas e houver inclusão, penso que reduzimos a corrupção (…) Se as condições forem criadas e houver mais abrangência em termos de inclusão, na minha opinião, haverá menos corrupção”, vincou.  

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