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Búzi já tem hospital distrital

O Presidente da República, Filipe Nyusi, inaugurou, hoje, no Posto Administrativo de Guara-Guara, no distrito de Búzi, o novo Hospital Distrital, construído de raiz e com capacidade de 60 camas. No lugar de reabilitar e reconstruir o hospital rural que foi danificado pelos ventos fortes e cheias causados pelo ciclone Idai em 2019, o Governo decidiu construir um novo hospital em zona alta e para onde tem estado a deslocar-se a população que residia na vila-sede do distrito de Búzi.

O hospital é fruto de financiamento do Governo da Áustria, através de um banco daquele país e materializado pela empresa Vamed, que, através dos recursos com a mesma proveniência, construiu o hospital distrital de Memba em Nampula.

A unidade sanitária tem capacidade para prestar serviços médicos que a anterior não tinha; o destaque vai para os serviços de estomatologia, laboratório equipado com aparelho de Raio X, bloco operatório, entre outros. No seu discurso, o Chefe de Estado destacou que os equipamentos instalados naquele hospital eram de elevada qualidade que não existem em hospitais de referência como o Hospital Central da Beira e até mesmo o Hospital Central de Maputo, o maior do país.

Os mesmos, segundo Nyusi, dispõem de tecnologia de ponta, tendo citado os ecógrafos, por exemplo, que têm a capacidade de partilhar os resultados dos exames com outros aparelhos dentro do hospital ou com uma outra unidade hospitalar dentro da província, do país e até no estrangeiro em tempo real.

A inauguração do Hospital Distrital é especialmente o ponto de destaque no processo de transferência dos serviços públicos da vila de Búzi para Guara-Guara, uma vez que ela é propensa a inundações por situar-se entre os estuários de dois grandes rios, o Búzi e o Púnguè. Por isso, Guara-Guara é o local escolhido para se edificar uma nova vila, processo que iniciou com o reassentamento de famílias que sofreram com o ciclone Idai em 2019.

Filipe Nyusi recordou aos funcionários de saúde que a prestação de cuidados de saúde de qualidade, humanizados e com respeito ao utente são o objectivo que o Governo persegue, pelo que não gostaria de ouvir que, naquela unidade hospitalar, há cobranças ilícitas, há mau atendimento, que os equipamentos e os medicamentos foram desviados ou avariaram por mau uso. Pediu aos médicos que trabalhem bastante na medicina preventiva para evitar enchentes por doenças que podem ser evitadas, como é o caso da malária e cólera.

Os residentes de Búzi também receberam pedidos especiais do Chefe de Estado, para que saibam conservar a infra-estrutura, pedindo orientações sempre que não souberem usar algum equipamento, não roubarem a loiça hospitalar, mas sobretudo que adoptem a higiene individual e colectiva para evitar doenças.

Na ocasião, Nyusi revelou que, ainda este ano, o Governo irá proceder à entrega do Hospital Geral da Beira que vai ajudar a reduzir a procura pelo Hospital Central, mas também quatro distritos irão, tal como Búzi, receber um hospital distrital na província de Sofala.

E para conseguir levar avante o programa “Um distrito, Um Hospital”, o Governo recebeu a garantia de apoio por da empresa Vamed, que irá continuar a trabalhar junto dos seus parceiros na mobilização de financiamentos e, por isso, Filipe Nyusi mostrou disponibilidade do Executivo de trabalhar com aquela organização nesse sentido.

Outra informação disponibilizada pelo Chefe de Estado está relacionada à situação da cólera no país. Neste momento, apenas a Província de Maputo não notificou nenhum caso, a Cidade de Maputo está a conseguir controlar a doença, tendo, até ao momento, notificado apenas três casos. Nyusi saudou o esforço empreendido pelo pessoal da saúde que permitiu que a doença causasse poucas mortes, havendo, nesta altura, o registo de 124 óbitos, o que representa uma morte em cada 200 casos, ou seja, uma letalidade de 0,5%.

Até ao momento, foram vacinadas contra a cólera pouco mais de 2,5 milhões de pessoas, mas isso não deverá significar a “baixa da guarda”, segundo o Chefe de Estado. É preciso redobrar as campanhas de sensibilização e de adopção, por todos, de medidas de prevenção. Assim, pediu colaboração dos líderes comunitários para que não hostilizem os técnicos que têm andado de comunidade em comunidade a distribuir produtos para purificar a água. Em caso de desconfiança, sugeriu que as comunidades peçam aos técnicos que eles próprios bebam a água purificada com os produtos que estão a distribuir e, se nada lhes acontecer, não pode haver receio de usá-los.

Neste momento, há, em todo o país, 47 distritos com casos activos da cólera, e apenas oito já foram declarados livres da doença. E por isso, os titulares de órgãos públicos devem trabalhar a todos níveis para garantir que, principalmente nos mercados e outros locais de aglomeração de pessoas, haja rigor na higiene e não permitir que as pessoas comercializem produtos prontos a consumir em locais totalmente imundos e sem qualquer preocupação para a sua higienização.

A terminar, o Presidente da República advogou, ainda, que as crianças devem ser ensinadas a lavar as mãos, as famílias a cuidar das latrinas e a nunca se consumir água fervida e/ou purificada com cloro e outros produtos para tal.

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