Cerca de 110 crianças morreram ano passado, vítimas de acidente de viação, nas estradas nacionais, período em que se encontravam sem aulas presenciais.
Desse número, as mais afectadas foram crianças com idade escolar entre os 7 e 10 anos de idade. Dentre as vítimas, 45% morreram por atropelamento.
Para evitar que mais casos do género aconteçam nesta retoma das aulas da próxima semana, a Associação Moçambicana de Vítimas de Insegurança Rodoviária (AMVIRO), a Polícia de Trânsito, o Fundo de Estradas e a Associação dos Transportadores Escolares da Matola promovem a campanha “Escolas Livres dos Acidentes de Viação ”.
A campanha tem como objectivo garantir um retorno seguro às aulas para as crianças, segundo o presidente da AMVIRO, Alexandre Nhampossa, tendo referido que “a partir da próxima semana, as estradas não serão mais as mesmas, temos cerca de sete milhões de crianças a regressarem às aulas e, por isso, precisamos de reforçar os cuidados nas estradas”.
Nhampossa explicou que uma das acções que serão levadas a cabo pela campanha será o levantamento de todas as escolas que se encontram situadas em locais críticos ao longo da Estrada Nacional Número Um, em todo o país, para a posterior realização das acções de prevenção dos acidentes nesses locais, como, por exemplo, a colocação das passadeiras e outros sinais de trânsito.
A polícia de Trânsito, outra figura da campanha, compromete-se a dar o acompanhamento às crianças que estudam nas escolas ao longo da estrada.
Isildo Buque, Porta-voz da PT, garante “o acompanhamento das nossas crianças ao nível das escolas com maior circulação de veículos, que se encontram nas bermas das estradas; apelamos também aos pais de forma a garantir a melhor travessia das crianças”.
O retorno seguro às aulas depende, também, dos transportadores escolares, mas esses dizem que vão começar a actividade com algum défice, por conta da pandemia, segundo explicou Calisto Namburete, membro da Associação dos Transportadores.
Refere-se que as novas normas impostas para a prevenção da COVID-19 (como, apenas 13 passageiros, um acompanhante para além do motorista, medição de temperatura de álcool para desinfecção das mãos) afugentaram alguns transportadores, sendo que, dos cerca de 250, apenas 60% estarão em funcionamento.
“Os proprietários dessas viaturas preferiram alocar para outras actividades, uma vez que o negócio já não compensa, outro factor é que agora os encarregados preferem levar os seus filhos à escola”, lamentou Namburete.
Apesar disso, aquele condutor apelou aos colegas a maior atenção durante o transporte das crianças, para evitar os acidentes na estrada, como também o respeito dos outros automobilistas ao virem uma carrinha que transporta os alunos.