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Alunos faltam à escola por ameaças de manifestação na Cidade de Maputo

Algumas escolas da Cidade de Maputo continuam com fraca afluência de alunos devido a supostas ameaças de manifestação de repúdio aos resultados das sextas eleições autárquicas.

Na hora do recreio, não se via a habitual correria de alunos no pátio, nem nos corredores da escola.

As salas que habitualmente são preenchidas por mais de 40 alunos da quarta classe estavam vazias e uma das únicas que esteve ocupada por alunos de cinco turmas, tinha algumas carteiras vazias.

“Os professores estão aqui, os alunos é que não estão a aparecer e é difícil interpretar a situação”, disse Berlino Mário, director-adjunto da Escola Primária 3 de Fevereiro, onde há, no primeiro turno, 16 turmas da quarta, quinta e sexta classes.
Entretanto, a fraca afluência dos alunos obrigou a que os juntassem em turmas únicas e formaram apenas três.

“Comparativamente ao dia anterior, o fluxo de alunos reduziu”.

A fraca afluência de alunos assistiu-se em várias escolas da Cidade de Maputo, desde esta segunda-feira.

A Escola Primária Completa de Maxaquene foi uma delas, onde, do universo de 174, estavam na escola apenas 73.

Noutras escolas, como a 16 de Junho, por exemplo, a situação de ausências de alunos agravou-se esta terça-feira e até se teve de interromper as aulas de algumas classes, porque os alunos eram poucos.

Uma situação anormal, segundo os directores da escola, mas tem uma explicação.

“Deve ser a situação actual da Cidade de Maputo, os pais estão apreensivos e com receio de sair e também a maioria das nossas crianças vem de carinha e estas não estão a transportar e também por conta do que se diz por aí, acerca das manifestações” , explicou Lídia Ribeiro, directora da EPC 16 de Junho.

As faltas registadas nestes dois dias poderão comprometer o processo de ensino e aprendizagem.

Esta segunda-feira, a Universidade Politécnica emitiu um comunicado de paralisação das actividades, segundo o qual “A segurança dos estudantes, docentes e corpo técnico administrativo tem a mais elevada prioridade para a direcção. Face aos anúncios de possíveis manifestações públicas nas cidades de Maputo e Matola informamos que não haverá aulas no dia 17 de Outubro”.

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