O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, inicia hoje uma visita de dois dias a Moçambique. No país, o diplomata europeu vem debater sobre o terrorismo em Cabo Delgado e visitar a missão militar daquele bloco acreditado em Moçambique.
Chegado a Moçambique, Borrell, alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, vai manter uma conversa com Presidente da República, Filipe Nyusi, com a ministra dos Negócios Estrangeiros, Verónica Macamo, e vai, ainda, efectuar uma visita à missão militar da União Europeia no país.
A cooperação entre a União Europeia e Moçambique, a implementação do Acordo de Paz e Reconciliação de Maputo, o trabalho da missão de formação militar da UE em Moçambique (EUTM Moçambique) e a abordagem integrada da UE para enfrentar os desafios de segurança em Cabo Delgado e províncias vizinhas são os temas que serão debatidos entre alto representante e os dirigentes nacionais.
A vinda do alto representante da União Europeia a Moçambique constitui a primeira missão militar da UE no país, comandada pelo vice-almirante Hervé Bléjean, director da Capacidade Militar de Planeamento e Condução, e, no terreno, a direcção operacional cabe ao brigadeiro-general português Nuno Lemos Pires, com o objectivo de treinar tropas para enfrentar a insurgência armada em Cabo Delgado.
Neste contexto, o alto representante vai visitar o quartel-general e um campo de treino da EUTM Moçambique, bem como um projecto financiado pela UE sobre educação e resposta à COVID-19.
A província de Cabo Delgado, rica em gás natural, é assolado pelos ataques terroristas, desde 2017, que já mataram 3.100 pessoas e provocaram a deslocação de mais de 800 mil cidadãos, segundo dados oficias.