No passado sábado, o artista plástico Aldino Languana foi eleito novo Presidente da Associação Núcleo de Arte. Nas eleições que duraram seis horas, das 10h às 16h, a Lista B, presidida por Languana, venceu com um total de 42 votos contra 8 da Lista A, presidente pelo artista Micas. O outro voto foi considerado nulo.
Para Aldino Languana, ser eleito Presidente do Núcleo de Arte constitui a realização de um sonho, porque se trata de uma instituição artística especial e centenária, que neste 2024 completa 103 anos de existência. Por isso mesmo, o recém-eleito presidente tem a pretensão de dar um novo vigor a uma das principais instituições artísticas do país, isto é, criar condições favoráveis para que os artistas e os seus projectos sejam valorizados. “Pretendemos reerguer o Núcleo de Arte, porque achamos que, neste momento, se encontra moribundo. Nós fornecemos artistas às principais galerias do país, mas a nossa instituição, aparentemente, está esquecida. Temos de reverter o cenário e valorizar a nossa casa”, disse Aldino Languana, comprometendo-se em dar visibilidade às actividades e a própria instituição.
A Lista B, vencedora das eleições no Núcleo de Arte, inclui Aldino Languana (Presidente), Saranga (Vice-Presidente), Carlos Jamal (Tesoureiro), Matxakhosa (Secretário), Zamba (Presidente da Mesa da Assembleia), João Tovela (Primeiro-Secretário), Raul Ganda (Segundo-Secretário). Já André Mathe assume a função de Presidente do Conselho Fiscal.
Para o mandato de dois anos, Aldino Languana vai trabalhar com dois membros que presidiram o Núcleo de Arte noutras ocasiões, nomeadamente, André Manthe e Carlos Jamal: “Resgatamos os que já presidiram o Núcleo para formar uma equipa forte”, assegurou Languana, prometendo que a primeira iniciativa a implementar é uma página web que vai favorecer a promoção do artista e das artes moçambicanas ao nível nacional e internacional.
Reagindo ainda em relação à eleição, Aldino Languana assumiu que pretende contribuir para tornar o mercado artístico dinâmico em Moçambique e, simultaneamente, criar condições para que os artistas nacionais apresentem os seus trabalhos em grandes galerias internacionais.
Mesmo sem ter tomado a posse, Aldino Languana e a sua equipa já preparam a primeira exposição no Núcleo de Arte, que será de Gonçalo Mabunda. A ideia consiste em levar à sala de exposições do Núcleo de Arte os grandes mestres que se forjaram naquela instituição.
Na função de Presidente do Núcleo de Arte, Aldino Languana substitui Celestino Mudaulane.
Aldino Dinis Languana, de nome artístico Languana, nasceu a 20 de Fevereiro de 1972, em Maputo. Começa a desenhar para se distrair, o que considera primeiros passos da descoberta da sua carreira artística. De 1990 a 1991, frequenta o Atelier Arco-íris onde começa a sua formação artística com o mestre Noel Langa. A partir daí, passa por vários diferentes ateliers, designadamente, o de Vítor Sousa (5 anos), Neto, Carlos Martins (10 anos), Massunga, João Tinga e Samate, onde, trabalhando com cada um desses artistas, enriquece o seu conhecimento técnico nas diferentes modalidades da pintura.
Formado em Ciências Sociais pela Universidade Aberta de Lisboa, em 2007, continua, contudo, a dedicar-se à arte, em aguarela sobre papel. Ainda em 2007, frequenta o curso de pintura em aguarela, em acrílico e em óleo, ministrado pelo professor Ulisses, na Escola Eugénio de Lemos.
Realizou diversas exposições colectivas e individuais, recebeu prémios, foi produtor e realizador cinematográfico e orientou oficinas de pintura e palestras em Moçambique e no estrangeiro. No seu portefólio, constam várias exposições individuais e colectivas.