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Alberto Chipande denuncia tribalismo nas instituições do Estado

O veterano da Luta de Libertação Nacional, Alberto Chipande, denuncia o tribalismo nas instituições do Estado e questiona o facto de a maior parte dos implicados do “caso dívidas ocultas” ser da região sul do país. Chipande falava, sábado, numa palestra realizada em Maputo.

“Mondlane estudou, graduou. Samora deixou de ser enfermeiro. Veio aqui e dirigiu o país. Chissano era estudante de medicina, deixou tudo e juntou-se. Guebuza também era o chefe do Núcleo de Estudantes, carregou muitos do núcleo e foi para lá com ele. Vocês fazem hoje? Não. Vocês olham na tribo, no irmão e no companheiro”, acusou o veterano da Luta de Libertação Nacional.

Chipande, que também é membro da Comissão Política do partido Frelimo, diz ainda que “é só ver no ministério, onde uma fila começa em tribo. Jovens, como patriotas, olhem na juventude que pode olhar por ter a confiança do patriotismo e não você. Não nós como tribo, mas como moçambicanos”, notou o homem cuja história oficial atribui o primeiro tiro na Luta de Libertação Nacional.

Chipande foi mais longe ao afirmar que “fiquei muito chocado” quando “vi aquele tribunal na tenda”, referindo-se ao julgamento do “caso dívidas ocultas”, o maior escândalo financeiro de que há memória na história de Moçambique. “A maioria é do sul – marongas, manhembanas e machanganas. Um pouco só foram buscar machuabos. Outros, onde é que deixaram? Macondes? Macuas?  Sena? Ndaus? É isto”.

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