Ainda que de forma tímida o continente africano está a conhecer algumas mudanças positivas ao nível político. As eleições que têm estado a ocorrer de forma frequente um pouco por todo o continente salvo alguns países, está a trazer à consciência dos políticos que precisam governar os seus países tendo em conta os interesses das nações e dos povos e não apenas dos que circundam o poder político económico.
As mudanças de paradigmas na governação dos países africanos devem ser encorajados e promovidos para que cheguem a mais países porque só assim será possível melhorar as condições de vida de milhares de africanos e combater a pobreza, a miséria e a exploração desenfreada e insustentável dos recursos abundantes no continente.
Os novos presidentes da Tanzania, Namíbia, Angola, Libéria, para além de Maurícias, Cabo Verde, Botswana e alguns da chamada África Branca, têm-se esforçado em mostrar que boa governação não é uma característica de alguns países ocidentais e orientais mas sim é algo atingível pela maioria dos países africanos.
Apesar de ainda haver um longo caminho para se alcançar a democracia plena, eleições livres e credíveis, pluralismo, liberdade de expressão e pensamento e combate cerrado a corrupção os governos precisam entender que são eleitos para dirigir os povos e não se beneficiarem dos recursos do Estado.
Nenhum governante africano deve ficar satisfeito, apanhar sono e lambuzar-se dos benefícios que o cargo oferece quando milhares de crianças do seu país morrem por doenças que podem ser evitadas e tratadas, morrem por falta de alimentos quando em muitos casos vivem num país com condições agro-ecológicas para produzir todo tipo de produtos alimentares.
Nenhum Chefe de Estado deve se achar como tal quando milhares de crianças e adultos morrem por consumir água imprópria quando o país é rico é águas quer à superfície como no subsolo simplesmente porque quem dirige o país prefere gastar milhares de dólares a comprar viaturas luxuosas, aeronaves para seu transporte pessoal e outras regalias a investir no tratamento de água e abrir furos que forneçam água potável às comunidades.
Nenhum Presidente da República deve se sentir quando crianças do seu país concluíam o ensino primário sem saber ler nem escrever. É como se o país tivesse deitado dinheiro fora. A educação é uma das melhores coisas que o governo pode oferecer ao seu povo, mas tem de ser de qualidade. Nenhum país é capaz de desenvolver com educação medíocre. Não é por acaso que a maior comunidade de estudantes estrangeiros nas melhores universidades do mundo é de chineses e a maior parte dos melhores professores aposentados das melhores universidades do mundo estão a dar aulas na China. Não é por acaso que os Estados Unidos de América recruta talentos em qualquer parte do mundo. Os países asiáticos que revolucionaram suas economias foi graças a aposta na educação de qualidade. Onde pretendem afinal chegar a maior parte dos países africanos com a educação que têm?
Os recursos naturais devem servir os povos e não às multinacionais e às elites políticas. Mas em África é ao contrário. Matar para permanecer no poder como faz Joseph Khabila, Jean Pierre Mbemba assim como recorrer a mudanças constitucionais, a fraude eleitoral e manipulação como muitos governantes fazem só atrasa o nosso continente. É um crime contra os povos africanos subjugados antes pelo colonialismo e agora pelos políticos gananciosos e que só olham para seus próprios interesses e deixam o povo a minguar à fome, por doenças evitáveis e pela ignorância apregoada pelos sistemas de ensino que no lugar de emancipar deturpam as mentes brilhantes dos seus jovens só para se perpetuar no poder.