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África aos pés do Sporting Alexandria

Foto: FIBA-África

O Sporting Alexandria fez história, sábado, ao conquistar a Taça dos Clubes Campeões Africanos de Basquetebol em seniores femininos, após vencer o Costa do Sol por 65-58. O Ferroviário de Maputo ficou em terceiro lugar, depois de bater o Interclube por 71-67.

Inverteram-se os papéis, sábado, no panorama do basquetebol africano. Se há três anos o Ferroviário de Maputo foi ao Cairo, Egipto, passear a sua classe e chamar a si o título de campeão africano de clubes, desta vez foi mesmo de vez para um país cujo crescimento na modalidade da bola ao cesto é notável.

O Sporting Alexandria veio a Maputo mostrar fundamentos da modalidade e saiu do insuportável (não há quem aguente com um recinto sem sistema de refrigeração) pavilhão da Universidade Eduardo Mondlane coroado como vencedor da Taça dos Clubes campeões Africanos de Basquetebol em seniores femininos.

Quebrou-se a hegemonia de Moçambique e Angola, países cujas equipas protagonizaram as últimas dez finais. Nova ordem no basquetebol africano ao nível de clubes? O tempo dirá. Certo, certo mesmo é que o Costa do Sol chegou à sua primeira final na prova num ano em que se sagrou bicampeão nacional. Deu luta na quadra, procurou condicionar o seu adversário. Mas? Mas a armadora Cierra Dillard e a pivot Hagar Amer combinaram 39 pontos que fizeram ruir o sonho de ver o país conquistar o oitavo título continental de clubes.

No decisivo duelo, Hagar Ahmed, do Sporting, concretizou 3 em 3 lançamentos abertos, enquanto Nilza Chiziane teve um registo de 5 em 7 tiros curtos no primeiro quarto, etapa que fechou com um parcial de 18-16 a favor do Costa do Sol.

No segundo quarto, equilibrado, o Sporting Alexandria continuou a privilegiar tiros exteriores e a alimentar os postes na zona restritiva. O Costa do Sol explorava contra-ataques, penetrações e o jogo interior alimentado por Nilza Chiziane. No final desta etapa, o parcial era de 21-20 para as egípcias.

A equipa moçambicana bloqueou no terceiro quarto. Foi, de resto, nesta etapa do jogo em que o conjunto de Leonel “Mabê” Manhique não teve clarividência nos ataques: marcou apenas 8 pontos contra 19 do Sporting Alexandria. O colectivo não funcionou, as soluções individuais não foram suficientes para desbloquear os ajustes defensivos e rotações que o Sporting Alexandria imprimia na quadra.

As egípcias empataram o jogo 43-43 com dois minutos por se jogar. A partir daí, fugiram para 13 pontos e foram controlando a marcha do marcador. Eliana Ventura lançou duas “bombas” que reduziram para nove pontos, mas teve pronta resposta de Cierra Dillard.

A capacidade do Sporting em explorar o seu jogo exterior e interior, ataques em posição e forçar o Costa a cometer erros fez a diferença na final. Fez, e como, a diferença no tiro exterior até porque o Sporting Alexandria concretizou 8 em 18 lançamentos longos (44.4%) contra 9 em 22 do Costa do Sol (40.9%).

Na luta das tabelas, houve equilíbrio com o Sporting a colectar 35 ressaltos (oito ofensivos e 27 defensivos,) enquanto o Costa do Sol contabilizou 34 (27 defensivos e sete ofensivos). Nos lançamentos de campo, as campeãs nacionais concretizaram 22 em 50 lançamentos de campo (44%) e as egípcias apresentaram um registo de 25 em 57 (43.9%). O Costa do Sol não esteve bem nos lançamentos livres, ao concretizar 5 em 16 (31,2%) contra 7 em 14 das egípcias (50%).

O Sporting Alexandria teve melhor aproveitamento em situações de perdas de bola, ao concretizar 23 pontos contra seis do Costa do Sol. Nas segundas bolas, as canarinhas marcaram oito pontos e as egípcias quatro. Há um equilíbrio nos pontos marcados na zona pintada: 24 para o Costa do Sol e 26 para o Sporting Alexandria.

FERROVIÁRIO TERMINA EM 3º LUGAR

No jogo do terceiro e quarto lugares, o Ferroviário de Maputo venceu o Interclube por 71-67 e ficou com a medalha de bronze.

Dulce Mabjaia foi a melhor cestinha do Ferroviário de Maputo com 20 pontos, tendo sido secundada por Sílvia “Naná” Veloso (14) com 14.

A melhor pontuadora do Interclube foi a poste Cristina Matiquite com 18 pontos, sendo ainda de destacar Alexis Tolefree (13) e Rosa Gala (11).

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