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Aeroportos não respondem à demanda dos mega-projectos

A aviação civil deve reinventar-se para aproveitar as enormes oportunidades de negócios à boleia das multinacionais da indústria de hidrocarbonetos. Em causa está o facto dos aeroportos moçambicanos não estarem a honrar com as exigências dos gigantes da indústria extractiva, em particular, a maior mobilidade de equipamentos, quadro pessoal e outras operações ligadas a estas grandes empresas.

É nessa ordem, que o Governo está acelerar os investimentos neste sector. Destaque para a consolidação das medidas em curso para o aumento da capacidade de transporte aéreo de passageiros, bem como a ampliação e modernização das infra-estruturas aeroportuárias.

Segundo o ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, nesta componente de infra-estruturas, “o esforço é assinável”, apontando a reabertura do Aeroporto de Mocímboa da praia ao tráfego internacional.

Este aeroporto beneficiará de um investimento de cerca de 24 milhões de meticais, para permitir a mobilidade de pessoas e equipamentos no quadro da construção das plataformas de exploração de gás da Bacia do Rovuma.

“Actualmente, a aviação civil moçambicana é chamada a se reposicionar para atender à crescente demanda de transporte de equipamentos e de quadros empregues na construção das plataformas para a exploração do gás da Bacia do Rovuma”, referiu Mesquita, aquando de uma conferência sobre as necessidades de transporte aéreo dos mega-projectos, decorrida esta quarta-feira em Maputo.

No entender do sector privado, representado pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), o problema da aviação civil no país deve ser partilhado pelo sector público e privado.

Contudo, e de acordo com o vice-presidente desta agremiação, Castigo Nhamane, é imperioso que faça reformas legislativas do sector da aviação civil em Moçambique, em particular, o pacote fiscal.

“Há uma necessidade de se aplicar isenções de direitos aduaneiros na importação de aeronaves e outros equipamentos, pois, só desta forma é que estaremos a altura de responder a demanda dos mega-projectos”, realçou o vice-presidente da CTA.

O impacto dos grandes projectos na aviação civil é histórica. Em 2006, foi o ano de arranque da fábrica de fundição de alumínio-MOZAL e a exploração do gás de Temane pela Sazol.

A partir de 2011, a mobilidade das pessoas oriundas do estrangeiro via aérea disparou, devido a descoberta de recursos minerais e a intensificação dos estudos e prospecção de hidrocarbonetos na Bacia do Rovuma e implantação da indústria extractiva do carvão de Moatize, em Tete.

No auge da exploração do carvão, entre 2014 e 2015, Moçambique registou cifras recordes de tráfego de passageiros internacionais, situando-se em mais de 700.

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