Aconteceu na cidade da Matola, na província de Maputo. Adolescente de 16 anos de idade causou a morte de um jovem de 25 anos, na noite de Natal.
O caso surpreendeu a família Boa, que, na noite do dia 24, reuniu-se, no bairro Matola Sanos, para comemorar o nascimento de Jesus Cristo. Durante a confraternização, bateu à porta daquela família um menino vizinho, considerado amigo da casa. No entanto, devido ao seu mau comportamento, José Samuel, agora falecido, expulsou o adolescente daquele convívio. Tendo-se irritado por isso, o menino de 16 anos de idade prometeu, alto e bom-tom, uma desforra. E não demorou. Foi para casa, que fica bem próxima ao local do crime, e, momentos depois, regressou ao sítio onde tinha sido expulso, já armado com um pau. Sem que ninguém estivesse à espera, puxou violentamente o objecto e atingiu o vizinho José Samuel, que logo caiu, embatendo no chão pela testa.
Vendo o irmão inanimado, Graça e outras pessoas que se encontravam em casa naquela noite/madrugada, acorreram para ajudar José Samuel. O jovem ainda recuperou os sentidos, levantou-se e logo foi deitar-se dentro de casa, enfraquecido. Nesse mesmo instante, a vítima começou a ter ataques de susto e a respirar com dificuldades. Aí, a mãe que estava a vender os seus produtos na barraca onde trabalha e que acabava de ter sido informada pela nora, entra em casa e encontra o primogénito em crise. Correu para alugar um carro e, por volta das 4 horas, conseguiram levar a vítima ao Hospital Provincial de Maputo. Lá deram entrada mais ou menos por volta das 4h30, no entanto, a vítima não sobreviveu: morreu no dia em que festejava o nascimento de Jesus.
Enquanto a família de José Samuel ainda tenta compreender o que se passou, o adolescente está detido pela polícia, que promete se pronunciar sobre o caso esta sexta-feira. Contudo, Rosa Xerinda, a mãe da vítima, entre lágrimas e soluços, é-lhe difícil aceitar a morte de quem considera “sua primeira sorte”: “se o meu filho tivesse sido agredido mortalmente na rua, eu ainda encararia esta perda de outra forma. É difícil aceitar que alguém foi procurar um pão sei lá onde para depois vir matar a minha primeira sorte aqui em casa. Eu quero o meu filho, eu quero que a justiça seja feita”.
José Samuel deixa viúva e duas filhas de seis e três anos de idade.