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Acidentes de viação causaram 68 óbitos em Gaza no primeiro semestre do ano

Foto: O País

Houve redução do número de acidentes de viação na província de Gaza, no primeiro trimestre deste ano, comparativamente ao ano passado. Entretanto, os óbitos continuam a preocupar.

As estradas da província de Gaza têm registado, nos últimos tempos, acidentes de viação com frequência, na sua maioria envolvendo transportes semicolectivos de passageiros.

Nos primeiros seis meses de 2023, a província registou 46 sinistros rodoviários, que resultaram em 68 óbitos, contra 76 acidentes e 69 mortes no mesmo período do ano passado.

Apesar da redução da sinistralidade rodoviária, a Polícia em Gaza mostra-se preocupada, porque, segundo explica, nenhuma não devia haver derramamento de sangue e mortes nas estradas.

“Dos 46 acidentes de viação registados, resultaram em 68 óbitos, contra 69 do ano passado, o que significa que decrescemos em um caso. 134 feridos, dentre graves e ligeiros, contra 190 do igual período; 99 danos materiais, contra 82 de igual período do ano passado. Isto mostra preocupação das autoridades”, disse Carlos Macuácua, Chefe das Relações Públicas da PRM em gaza.

O excesso de velocidade continua entre as principais causas dos acidentes de viação, com 67,4 por cento de todas as causas. A Polícia diz que tem estado a tomar medidas.

“O controlo de velocidade e álcool tinha mais objectivo de encontrar, educar e penalizar os infractores, de tal forma que acabámos por construir um cadastro para sabermos os motoristas envolvidos em acidentes foram formados em que escola de condução, de forma a trabalharmos também com as escolas de condução”, disse.

Mas os motoristas interprofissionais têm um outro entendimento sobre a situação.

“As estradas em si não estão em condições, e isso é uma das causas dos acidentes. Sobre excesso de velocidade, não é verdade. Se eu ando numa estrada onde a placa de velocidade indica 100 e ocorre um acidente naquela faixa, terá sido por excesso de velocidade? (…) Mas cada um é responsável pelas pessoas que carrega no seu carro”, disse Feliciano Bernardo, um motorista interprovincial.

Para que se pare de acusar o motorista, porque, segundo entendimento dos motoristas, não é causa única, é preciso melhorar as condições das vias, desde a sinalização, assim como tapamento de borrachos.

Samuel Mabjaia, representante dos transportadores interprovinciais no Terminal Rodoviário de Transporte Interprovincial da Junta, na Cidade de Maputo, disse: “o Governo deve saber que a maior parte dos acidentes que têm ocorrido têm sido no cruzamento entre carros ou despiste, mas isso ocorre devido à estrada que é muito estreita. Daí que sugerimos ao Governo que amplie as vias, mesmo que seja para colocar duas faixas de cada lado e um separador. Assim evitará os choques”.

A Associação Moçambicana para as Vítimas de Insegurança Rodoviária, AMVIRO, reconhece os problemas nas estradas, porém chama a responsabilidade dos motoristas.

“O condutor, conhecendo as más condições da via, deve redobrar a atenção, mas muitas vezes vemos como são carregados os carros, a velocidade usada em lugares com condições precária e as consequências sempre serão de tragédias”, disse Alexandre Nhamposse, Presidente da AMVIRO.

O mais recente acidente na província de Gaza, recorde-se, aconteceu na localidade de Mapapa, em Chókwè, envolvendo uma camioneta e uma viatura de transporte de passageiros, e resultou na morte imediata de nove pessoas.

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