Abdul Machava diz que o atropelamento da cidadã, na Avenida Eduardo Mondlane, na manhã de quarta-feira, por um blindado das Forças Armadas de Defesa de Moçambique foi um acto premeditado e doloso.
O comentador do Programa Noite Informativa da STV reagiu ao atropelamento da jovem de 29 anos, na Avenida Eduardo Mondlane. Abdul Machava defende que não há nenhuma explicação para o acidente, que segundo ele, é um acto bárbaro e criminoso.
“Trata-se de um carro de combate, aquele carro de assalto, é um carro que está preparado e fabricado com um alto nível de carbono. É preparado para resistir ao impacto de projécteis de calibre, que podem chegar a 14,5 mm”, explica.
Machava acrescenta que “Isso significa que não é uma pedra, não é um pneu, nem um pau, que seria capaz de colocar em perigo aqueles agentes. Dito isto, não resta outra análise, além de dizer que aquilo foi uma acção premeditada”, disse Machava.
O capitão-tenente na reserva lembrou ainda aos polícias e militares que o pagamento dos salários e do equipamento das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) é feito pelo povo.
“Há um contrato social que é resultante do sufrágio universal, as eleições, em que o povo elege um grupo de pessoas que vai dirigir o destino do país, num período de cinco anos (…). É neste âmbito que o povo delega a tarefa de defender o país, de educação, saúde e outras actividades a determinadas pessoas. E o povo vai pagando os seus impostos, para assegurar a vida dessas pessoas [eleitas pelo povo], cuja tarefa é garantir a segurança. Aquele militar que atropelou aquela cidadã é paga pelos impostos do povo”.
MACHAVA DESVALORIZA COMUNICADO DO MINISTÉRIO DA DEFESA
Abdul Machava criticou também o comunicado do Ministério da Defesa, por trazer informações vagas, o que, na sua opinião, denota que há uma impunidade total. E deixa um apelo à PGR.
“Gostaria de apelar a Procuradoria Geral da República, uma vez que este é um crime público (…) porque como advogado do povo, tem aqui matéria, para, num prazo muito curto, trazer o processo criminal contra esses fulanos, tendo em conta toda a cadeia até ao fulano que estava no volante. Trazer também um processo cívil, como aconteceu com os outros que já foram indiciados, em curto espaço de tempo”, apelou.