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A terceira.. não foi de vez!

Mesmo com as anunciadas  entradas livres, o pavilhão multiusos do Kilamba registava muitas clareiras na final da 23ª edição da Taça dos Clubes Campeõoes Africanos de basquetebol em seniores femininos. Determinadas em, finalmente, erguer o troféu após duas sofridas finais em que ficaram em segundo, as campeães nacionais entraram melhor na quadra com Diolinda Gimo a fazer os dois primeiros pontos.

Com uma tabela forte, onde a moçambicana Leia “Tanucha” Dongue e a americana Alicia Devaughn davam cartas, o 1º de Agosto ganhava as segundas bolas e fazia melhor aproveitamento desta situação. Com 02:08 por se jogar, o parcial era de 8-6.

Iñaki Garcia, no processo de gestão da equipa, refrescou a posição um lançando Dulce Mabjaia para o lugar de Onélia Mutombene.
Aproveitando alguns erros das “locomotivas”, as angolanas fizeram do seu joho interior a marca de sairam do primeiro quarto a vencer pelo parcial de 12-8.

O segundo quarto trouxe um Ferroviário de Maputo, no incio, a fazer boas combinações entre as postes: Deolinda Gimo e Gisela Vega. Jaime Covilhã, treinador do 1º de Agosto, fez a leitura do jogo e mandou Leia “Tanucha” Dongue regressar à quadra.

Cinco pontos da extremo Ana Gonçalves – um tiro curto e outro exterior- colocaram o D’ Agosto com uma vantagem de 11 pontos: 21-12.

Ajuste defensivos do Ferroviário de Maputo. Recuperação do Ferrovário de Maputo que fez um parcial de 6-0 (21-18). Elizabeth Pereira, lançada nesta etapa do jogo, quebrou o enguiço ao nivel do defice do jogo exterior ao ser certeira.

Mas os erros defensivos continuavam do lado do Ferroviário de Maputo. O D’Agosto soube aproveitar e fechou a primeira parte a vencer pelo parcial de 32-23.

O terceiro quarto teve um inicio sem esclarecimento ofensivo. Na zona de lançamentos livres,  Onélia Mutombene teve um aproveitamento de zero em quatro.

Deolinda Gimo defendia melhor Leia “Tanucha” Dongue. Mas, em zonas distantes do cesto, esta, sem contestação de lançamento, lançou uma bomba. E, com um tiro curto, fez mais dois pontos! Sem esclarecimento ofensivo, o Ferroviario de Maputo, sem qualidade na armação do jogo, cometia muitos “turnovers”. Factores aproveitados pelo D’ Agosto que, no final do terceiro quarto, conseguiu a maior diferença pontual do jogo: 47-31. 17 pontos, portanto, de diferença que espelham a equipa que menos erros cometeu.

No quarto quarto, defesa à toda largura do campo para retardar os ataques do D’ Agosto. Mas Leia “Tanucha” Dongue continuou a fazer estragos nas tabelas, sendo que atleta moçambicana terminou o jogo com um duplo-duplo: 23 pontos e 10 ressaltos.

Nem por isso destemido, o Ferroviario de Maputo passou a jogar com três extremos: Ingvild Mucauro, Ana Suzana Jaime e Anabela Cossa. De resto, Anabela Cossa conseguiu tiros exteriores que permitiram ao Ferroviario de Maputo reduzir a diferença para 10 pontos. Mas um tiro exterior de Elizabeth Mateus acabou com as esperanças do Ferroviario de Maputo.

Leia “Tanucha” Dongue no cinco ideal
A basquetebolista moçambicana Leia “Tanucha” Dongue teve excelentes prestações na edição 2017 da Taça dos Clubes Campeões Africanos de basquetebol em seniores femininos. Fruto dessas actuações, foi indicada para o cinco ideal da competição.

A poste do Ferroviário de Maputo, Gisela Vega, foi igualmente indicada para o cinco ideal deste campeonato africano de clubes.

E, porque fazem parte da terra do basquetebol, três americanas foram igualmente integradas no cinco ideal. Trata-se de Alicia Devaughn (1º de Agosto), Dominique Wilson (First Bank) e Italee Lucas, esta última com actuações pouco convincentes.

Excelente jogadora, tendo contribuido com 17 pontos e três ressaltos na final, Alicia Devaughn foi considerada MVP.

Italee Lucas foi considerada melhor triplista da competição, enquanto a sua compatriota Dominique Wilson foi considerada melhor marcadora.

Anabela Cosa e Odélia Mafanela falham quarto título na carreira

Do leque das 12 atletas que representaram o Ferroviário de Maputo na fase final da Taça dos Clubes Campeões Africanos de basquetebol em seniores femininos, cinco já haviam erguido o troféu.

Trata-se de Rute Muianga, única sobrevivente da equipa do Ferroviário de Maputo que, em 2006, no Gabão, ficou em segundo lugar; Anabela Cossa,  Odélia Mafanela e Ingvild Mucauro, estas três que se sagraram campeães africanas pelo Desportivo de Maputo e extinta Liga Desportiva de Maputo.

De resto, as quatro atletas têm a particularidade de terem conquistado, em representação da extinta Liga Desportiva de Maputo, o último título continental de clubes para Moçambique em 2012, em Abidjan, na Costa do Marfim.

Nessa  competição, facto curioso, a Liga Desportiva de Maputo venceu na final o Interclube de Angola, por 53-43.

Clarisse Machanguana viria a ser eleita MVP da prova, para além de ter sido indicada para o cinco ideal juntamente com Leia “Tanucha” Dongue e Deolinda Ngulela.

Faziam parte da equipa da Liga Desportiva de Maputo jogadoras como Anabela Cossa, Cátia Halar, Filomena Micato, Aya Traoré (senegalesa), Jazz Covvington (americana), Ingvild Mucauro, Rute Muianga, Odélia Mafanela, Deolinda Ngulela, Clarisse Machanguana, entre outras.

Isto equivale dizer que Anabela Cossa, Ingvild Mucauro e Odélia Mafanela conquistaram a Taça dos Clubes Campeões Africanos de basquetebol em tres clubes diferentes: Desportivo de Maputo, Liga Desportiva e Ferroviário de Maputo.

Já a experiente Rute Muianga alcançou este feito em duas colectividades: Ferroviário de Maputo e extinta Liga Desportiva.  Este domingo, falhou a conquista do seu segundo título de clubes.

Este domingo, Anabela Cossa e Odélia Mafanela falharam a conquista do seu quarto título na sua carreira na Taça dos Clubes Campeões Africanos de basquetebol.

Não conseguimos o sexto título de clubes.
Com a derrota, ontem, do Ferroviário de Maputo na final da Taça dos Clubes Campeões Africanos de basquetebol em seniores femininos, o nosso  país falhou a conquista do sexto título continental de clubes.
O primeiro clube a inscrever o seu nome no galarim da FIBA foi o Maxaquene, formação que em 1991, no seu pavilhão, conquistou a Taça dos Clubes Campeões Africanos de basquetebol.

Faziam parte da fabulosa equipa do Maxaquene nomes como Aurélia Manave, Esperança Sambo, Telma Manjate, Marta Monjane, Ana Paula, entre outras vedetas do basquetebol cá do burgo!

Dez anos depois, ou seja, em 2001, a Académica impôs-se em África! Comanda por Francisco “Chico” da Conceição e Manuel Meque, a Académica teve uma prestação brilhante em Abidjan, Costa do Marfim.
Ana Flávia Azinheira, Deolinda Ngulela, Clere “Voca” Taímo, Nádia Navessa Rodrigues, Sílvia Langa, colocaram África a seus pés.

Foi preciso esperar mais seis anos para novo título. Em 2007, depois de no ano anterior o Ferroviário de Maputo ter ficado em segundo lugar, o Desportivo fez brilharete numa prova disputada em Maputo.

Sob o comando do metódico Nasir “Nelito” Salé, o Desportivo de Maputo superou toda a concorrência e terminou a prova invicto.
Para tal, contaram os préstimos das senegalesas Salimatta Diata e Anta Sy, Anabela Cossa, Diara Dessai, Cátia Halar, Leia “Tanucha” Dongue, Odélia Mafanela, entre outras.

Ano seguinte, novo título! Em 2008, em Nairóbi, Quénia, o Desportivo de Maputo reforçou-se com Deolinda Ngulela, Aleia Rachide, Yolanda Jones (americana) e arrebatou o segundo título continental de clubes na sua história.

Palavras do Ministro do Interior

“Vocês são um orgulho para o país”

Pouco depois do Ferroviário de Maputo ter carimbado, sábado, o passaporte para a final da Taça dos Clubes Campeões Africanos de basquetebol em seniores femininos, Jaime Basílio Monteiro, ministro do Interior, dirigiu-se às atletas, técnicos e direcção do clube  afirmando que foram heróis.

Acompanhado pelo seu homólogo de Angola, Ângelo da Veiga Tavares,  Jaime Basílio Monteiro começou por conhecer, do presidente do Ferroviário de Maputo, o historial do clube no campeonato africano de clubes.

Recuando no tempo, Quipisso disse que nos últimos três anos a equipa sénior feminina de basquetebol do Ferroviário de Maputo qualificou-se para as meias-finais.

Explicou que, em 2015, em Luanda, Angola, o Ferroviário de Maputo ficou em segundo lugar e, ano passado, em Maputo, ocupou a segunda posição.

Mais: prometeu, na ocasião que as atletas iriam dar o seu melhor para dignificar o país.
Emocionado, o ministro do Interior não escondeu que sentiu calafrios durante o emocionante jogo das meias-finais diante do Interclube, no qual o Ferroviário de Maputo venceu por 71-62.  “Eu vim mesmo para vos agradecer. Fizeram uma grande maravilha. Eu ia morrer por problemas de coração, mas fiquei reanimado. Estão de parabéns meninas. Vocês são um orgulho para o país”.

Quem vence o Interclube, clube   adistrito ao Ministério do Interior de Angola, tem tudo para ganhar a final. Estas foram palavras do titular da pasta  do Interior de Angola.

 

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