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A primeira vez do Costa do Sol no “africano” de clubes

Foto: LanceMoz

A primeira participação do Costa do Sol na Taça dos Clubes Campeões Africanos de Basquetebol sénior feminino, a decorrer de 9 a 18 de Dezembro, está intimamente ligada ao ambicionado projecto africano traçado por Leonel “Mabê” Manhique, que conquistou um título continental como “coach” do rival Ferroviário de Maputo, em 2018, e dois vice-campeonatos em 2016 e 2017 (já com suporte do espanhol Iñaki Garcia e o respeitado Carlos “Bitcho” Niquice).

Manhique, depois de quebrar um jejum de 36 anos sem que o Costa do Sol conquistasse o título de campeão nacional e, a seguir, revalidar o troféu, quer agora colocar as “canarinhas” no topo do basquetebol continental de clubes.

Ou seja, dimensionar o clube num evento no qual o país tem tradição, tendo, no global, conquistado seis títulos divididos por ordem cronológica pelo Maxaquene (1991), Académica (2000), Desportivo Maputo (2007 e 2008), Liga Desportiva (2012) e Ferroviário de Maputo (2018 e 2019).

Na marcha pelo título, as “canarinhas” têm que travar argumentos com potenciais candidatos tais como o Interclube (penta campeão), Ferroviário de Maputo (bicampeão) e Alexandria Sport Club (clube egípcio que esteve em bom plano, há dois, em casa).

Para fazer brilharete, o Costa do Sol montou um “esquadrão” no qual se destacam atletas que já conquistaram o Campeonato Africano de Clubes e outras tantas “rookies” que esperam alcançar o sucesso. Comecemos por Ingvild “Inga” Mucauro, extremo que conserva o título de jogadora mais valiosa (MVP) que se lhe foi atribuído em 2019, no Cairo, Egipto, quando jogava pelo Ferroviário de Maputo. Combativa, Mucauro é a joia desta formação, carregando consigo experiência e dois títulos continentais conquistados em 2018 e 2019 pelo Ferroviário de Maputo. A valorosa sabe o que é estar no pódio e o que é erguer este troféu desde 2012, ano em que foi coroada campeã africana de clubes ao serviço da extinta Liga Desportiva de Maputo em 2012. Mucauro “bebeu” muito de Nasir “Nelito” Salé que a integrou numa equipa formada por Aya Traore (senegalesa), Clarisse “Manucha” Machanguana, Deolinda Ngulela e Jazz Covington (reforços), Leia “Tanucha” Dongue (a evoluir agora no Landernu Basketball da França), Odélia Mafanela e Anabela Cossa (actualmente no Ferroviário de Maputo), Rute Elias Muianga, Valerdina “Dina” Manhonga, Cátia Halar e Filomena Chefe Micato (retiradas da modalidade).

Com estrada nesta prova, que se espera que seja mais-valia para o Costa do Sol, “Inga” foi ainda vice-campeã pelo Ferroviário de Maputo em 2016, em Maputo, e 2017, em Luanda, Angola. Pelo meio, um terceiro lugar conquistado em 2015, em Angola sempre ao serviço das “locomotivas” da capital.

Outra jogadora habituada a pisar nos palcos africanos é a extremo e lançadora Elisabeth Pereira. Actual capitã do Costa do Sol, “Beth” fez parte do “jersey” do Ferroviário de Maputo que foi vice-campeão africano de clubes em 2016, em Maputo, e 2017, em Luanda, Angola, sob as ordens do “coach” Leonel “Mabê” Manhique.

Elisabeth Pereira, se convocar a sua principal arma, que é o jogo exterior, pode ser uma peça importante para desequilibrar na zona dos 6, 75 metros.

Para o jogo exterior, há igualmente Sheila Eliane, que não tem jogado no cinco inicial mas é chamada, muitas vezes, para a quadra com o fito de desequilibrar com os seus lançamentos longos.

Regressada, e nesta altura a convocar ritmo competitivo depois de uma paragem por lesão e operação, Amélia Macamo é também das jogadoras cuja experiência se espera que rime com mais-valia na posição 1. Desvinculada do Ferroviário de Maputo, Macamo assumiu compromisso com o Costa do Sol tendo sido campeã nacional pelas “canarinhas” semana passada. Muito cedo, a base começou a ter contacto com provas desta dimensão em representação do Maxaquene que, em 2003, a lançou para um conjunto que se reforçara com a brasileira Marta Sobral mas falhou o título.

Macamo foi campeã africana de clubes pelo Ferroviário de Maputo em duas ocasiões: 2018 e 2019.

Um dos novos valores da equipa “B” do Ferroviário de Maputo que fez furor em 2018, ano em que disputou a final do Campeonato Nacional e chegou a colocar em sentido a equipa principal “locomotiva”, Eleutéria “Formiga” Lhavanguane, agrega valor ao Costa do Sol. O “coach” Leonel “Mabê” Manhique conhece muito bem as suas qualidades, até porque trabalharam juntos no Ferroviário de Maputo onde foram campeões africanos de clubes em 2018, em Maputo, e “vices” um ano antes em Luanda, Angola.

Muito forte nas penetrações, sobretudo, pelo corredor central, “Formiga” é também das jogadoras do Costa do Sol com mais minutos na quadra nas provas internas.

Mas não só de jogadoras experimentadas vive o Costa do Sol. Na Taça dos Clubes Campeões Africanos, há um leque de “rookies” que Leonel Manhique leva para a prova. Shelsea Rafael, extremo, é das jogadoras que têm tido muitos minutos no Costa do Sol, destacando-se a sua capacidade de jogar no um para um.

 

NILZA CHIZIANE PARA AS TABELAS

É um facto: Nilza Chiziane é uma das referências do Costa do Sol no jogo exterior, evidenciando-se a jogar de cara e costas para o cesto, e ressaltos ofensivos que permitam os pontos em situações de segundas bolas. Esta não será a sua primeira aparição na Taça dos Clubes Campeões Africanos de Basquetebol em seniores femininos, pelo que há aqui a experiência de ter disputado o certame. Chiziane foi, em 2016, um dos destaques da A Politécnica, que terminou a prova na 9ª posição com uma vitória (diante do USIU Flames do Quénia, por 53-41) e seis derrotas.

Com passagens pelas selecções de formação, Nilza Chiziane disputou, em 2010, no Cairo, Egipto,  o Afrobasket sub-18, num conjunto orientado pelos “coachs” Armando Meque e Simão Mataveia. Evidenciou-se na A Politécnica, tendo ainda representado Carnide de Portugal onde foi considerada MVP.  O Costa do Sol tem ainda como opções para o jogo interior as irmãs Carla e Vilma Covane, curiosamente, atletas que já evoluíram no Ferroviário de Maputo e depois foram jogar no Seward County Community College dos EUA.

 

AUSTRALIANA PARA AS TABELAS

A australiana Bride Hopoate, extremo-poste, ajudou seu país a chegar ao quinto lugar no Campeonato do Mundo de Basquetebol feminino sub-17, em 2014, é uma das soluções para a posição 5.

De 25 anos, e no alto dos seus 1,85 metros, Bride Hopoate chega ao Costa do Sol referenciada como basquetebolista que passou pelo Cyclones (entre 2017 e 2018) e Novo México (2019 e 2020).

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