Nas celebrações do Dia Mundial da Luta Contra o SIDA, Filipe Nyusi lançou o repto à necessidade de nunca se esquecer que o HIV/SIDA existe, embora todas as atenções do mundo estejam aparentemente viradas só ao Coronavírus.
“As comemorações do Dia Mundial de Luta Contra o SIDA decorrem num momento em que o mundo inteiro, incluindo o nosso país, confronta-se com a pandemia da COVID-19. A COVID-19 é mais um desafio dos nossos esforços em travar o HIV/SIDA”, sublinhou o Presidente da República, em discurso proferido esta terça-feira durante as cerimónias centrais alusivas à efeméride, na cidade de Maputo.
Nyusi assinalou que “o Vírus de Imunodeficiência Humana que provoca o SIDA não desapareceu, mesmo com o surgimento do novo Coronavírus”, sendo que esta deve ser a atenção de todos.
Entre as preocupações manifestadas pelo Chefe de Estado, no âmbito da luta contra o HIV/SIDA no país, consta o alcance de fracos resultados.
Conforme avançou o Presidente, “mesmo apesar dos esforços empreendidos, as vitórias estão a acontecer muito lentamente e a luta continua longe de ser vencida”.
A título ilustrativo, Filipe Nyusi partilhou dados que apontam para o ponto de situação da prevalência da doença em Moçambique.
Sobre as mortes, por exemplo, a média de óbitos registados em 2019 atingiu cerca de 51 mil, sendo que entre as pessoas que morreram devido à doença 42 mil eram adultos de mais de 15 anos e 8.5 mil crianças, de 0 aos 14 anos.
Filipe Nyusi revelou que morreram mais pessoas na província de Maputo, com 12 mil mortes, Zambézia, 9.9 mil pessoas e Nampula com 5.4 mil.
Entretanto, morreram menos pessoas na cidade de Maputo, com 1.2 mil pessoas e na província de Tete com 1.7 mil pessoas.
“Cabo Delgado é a província que registou uma tendência crescente de mortes, tendo subido de 4.5 mil em 2017, para 4.8 mil em 2019”, lamentou Nyusi.
E quanto às pessoas vivendo com HIV, o Chefe de Estado informou que actualmente o país tem cerca de 2.2 milhões de pessoas com o vírus. Sendo que do número, 2.1 milhões são adultos e 150 mil são crianças entre 0 e 14 anos.
“Nenhuma província está a registar uma redução significativa no número de pessoas vivendo com o vírus”, deplora Nyusi.
Em termos de valores absolutos, as províncias com números elevados das pessoas vivendo com HIV no país são Zambézia, com 430 mil pessoas, Maputo província com 360 mil e Nampula com 280 mil pessoas. Niassa com 103 mil e Tete com 93 mil pessoas figuram entre as províncias que apresentam os números mais baixos.
Quanto às novas infecções, o Presidente da República disse que em 2019 houve 120 mil novas infecções em adultos e 15 mil em crianças. O que “demonstra que ainda temos um longo caminho por percorrer em termos de adopção de meios preventivos comprovados contra o HIV”, avançou.
No quadro das províncias que menos registam novas infecções, consta a Zambézia que apresenta os níveis mais elevados com 27 mil, seguida da província de Nampula com 26 mil e Maputo província com 20 mil. O número mas baixo regista-se na província de Tete.