Os cinco jogadores, Isac, Telinho, Kito, Chico e Shaquille e ainda o assistente de Chiquinho Conde, Eduardo Jumisse, divulgaram, esta terça-feira, uma nota de esclarecimento relacionada ao diferendo com a Federação Moçambicana de Futebol (FMF), na qual, dentre várias coisas, nomeiam dois advogados para os representar em qualquer instância que seja.
Mais um capítulo se abre na novela entre a Federação Moçambicana de Futebol (FMF) e os Mambas. Depois de não terem marcado presença no encontro havido na segunda-feira, na Secretaria de Estado do Desporto, que tinha em vista apurar os acontecimentos que sucederam na Argélia, os cinco atletas suspensos preventivamente, incluindo o assistente de Chiquinho Conde, Eduardo Jumisse, reagiram esta terça-feira.
Através de uma nota de esclarecimento partilhada pelos mesmos nas contas oficiais do “Facebook”, os jogadores explicam que nunca foram notificados de qualquer suspensão pela Federação Moçambicana de Futebol, tendo tomado conhecimento através dos órgãos de comunicação social e das redes sociais.
Na referida nota, esclarecem ainda que, após o regresso ao país, nunca foram ouvidos e/ou convocados para uma reunião, entrevista ou pedido de informação. Os signatários da nota esclarecem ainda que tomaram conhecimento da convocação e realização da reunião na Secretaria de Estado do Desporto, mais uma vez através dos órgãos de comunicação social, apesar de as instituições envolvidas terem os seus contactos.
Em relação aos assuntos relacionados aos acontecimentos da Argélia, explicam que sempre agiram em nome de todos os jogadores que estiveram no CHAN.
“Tudo o que lá ocorreu foi discutido, analisado e decidido em conjunto, e o facto é do conhecimento da Federação Moçambicana de Futebol, como também é prática nessa organização”, esclarecem os jogadores. Na nota de três páginas, os signatários explicam ainda que, caso exista a definição da premiação em qualquer competição, deve ser feita de forma prévia.
“Os jogadores e a equipa técnica tudo fizeram para que assim fosse, não tendo logrado sucesso, pois a direcção da FMF sempre pautou pela sonegação da informação, promessas vãs e, sabe-se agora, das negociações lideradas pelo Chefe da Delegação realizadas de forma desonesta e de má-fé”, observam os jogadores, sublinhando que “todas as competições internacionais observam um conjunto de práticas e regras de premiação, cabendo aos órgãos competentes, como a direcção da FMF, harmonizar com base nos dispositivos locais e posteriormente comunicar aos visados”, entendem os atletas.
NOMEADOS DOIS ADVOGADOS
Na nota de esclarecimento tornada pública esta terça-feira, os jogadores suspensos e o assistente da equipa técnica nomearam dois advogados para os representar em qualquer instância. Trata-se de João Nhampossa, advogado dos Direitos Humanos com credenciais reconhecidas na praça e Manuel Bila Jr, também causídico de nomeada.
Mais do que estarem dispostos a irem até às últimas consequências, os suspensos esclarecem que estão disponíveis para, de forma honesta, transparente e aberta, encontrarem uma solução para “o problema que não só afecta aos jogadores que estiveram no CHAN, mas todas as selecções nacionais”, esclarecem.
Não obstante essa abertura, os signatários da nota de esclarecimento afirmam que em nenhum momento deixarão de defender os seus direitos e interesses, não só das entidades nacionais competentes, como também junto dos órgãos que gerem o futebol africano e mundial.
“O futebol e os desportistas nacionais merecem ser respeitados, não só pelos jogadores e equipa pela técnica, mas também pelos dirigentes desportivos, através de uma gestão transparente e responsável, cumprindo quer as regras locais, quer as emanadas pelos órgãos internacionais”, dizem os atletas na nota.
Ainda na referida nota, os signatários agradecem o apoio que têm vindo a receber do povo moçambicano, sobretudo pelo facto de terem alcançado um feito inédito no CHAN, qualificando-se pela primeira vez, para os quartos-de-final da competição.