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Trabalhadores da Empresa Municipal de Transporte de Inhambane sem salários há sete meses

Pelo segundo ano consecutivo, os trabalhadores da Empresa Municipal de Transporte de Passageiros em Inhambane decidiram paralisar as actividades e pelas mesmas razões. Desta vez, está em causa o não pagamento de salários de há sete meses.

Segundo contaram ao “O País”, trata-se de salários dos meses de Dezembro de 2021 e Janeiro de 2022, que, na altura, não foram pagos, depois do braço-de-ferro entre os trabalhadores e o patronato que se registou no ano passado.

Quando se pensava que parte do problema já estava resolvido, eis que a partir de Agosto até Dezembro de 2022, a empresa voltou a não pagar os salários dos seus trabalhadores.

Os trabalhadores dizem que vivem dias difíceis, pois até mesmo para conseguir transporte para ir trabalhar dependem da boa vontade das pessoas.

Em relação à alimentação, têm de fazer dívidas em estabelecimentos comerciais para conseguir ter comida na mesa. Sentem-se desvalorizados e, por isso, exigem o que lhes é de direito – os salários atrasados.

Desde lá, já houve vários contactos com os gestores da empresa, bem como com o Conselho Municipal de Inhambane, mas, até agora, tudo não passa de promessas que nunca se concretizam.

O gestor da Empresa Municipal de Transporte de Passageiros de Inhambane reconhece a dívida e o quão a situação está insustentável. Para resolver o problema, Isaías Manguele diz que a solução passa por mexer nas tarifas.

A última actualização da tarifa para o transporte público de passageiros foi em Maio deste ano e, desde lá, o custo do combustível subiu 20 Meticais o litro, o que deitou abaixo toda a ginástica feita em Maio para garantir algum retorno financeiro da empresa.

Manguele revelou que já foi submetido ao Conselho Municipal de Inhambane uma proposta de agravamento de dois Meticais por passageiro, de modo a garantir que a empresa possa pagar às suas próprias contas, o que, segundo o nosso interlocutor, agora não é possível.

Os autocarros estiveram paralisados durante cerca de 20 dias, sendo que parte dos trabalhadores decidiu retomar o trabalho, com apoio de alguns funcionários do Conselho Municipal de Inhambane.

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