Usando o pseudónimo de Natália O. Campos, Jofredino Faife venceu a sexta edição do Prémio Imprensa Nacional/Eugénio Lisboa, pelo seu trabalho Teatro de Marionetes (ou Ensaio sobre a Mecânica Descritiva da Desertificação dos Homens), uma “narrativa distópica com tendência para a ficção científica”, conforme entendem os membros de júri citados em comunicado de imprensa.
O júri da sexta edição do Prémio Imprensa Nacional/Eugénio Lisboa foi presidido pelo poeta Mbate Pedro, tendo como outros membros Sara Jona Laisse, Directora da Fundação Fernando Leite Couto, e Paula Mendes, editora-chefe na Imprensa Nacional. Assim, avança a nota de imprensa, o júri deliberou atribuir o prémio a Teatro de Marionetes, de Jofredino Faife, por considerar que se trata de “uma rara proposta literária em Moçambique” que, além de revelar “a erudição literária e linguística, por parte do seu autor”, é uma obra “criativa, complexa e de grande fôlego, deixando entrever o investimento posto na sua elaboração”.
O Prémio Imprensa Nacional/Eugénio Lisboa contempla a edição da obra vencedora, bem como a atribuição do valor monetário de cinco mil euros ao vencedor, cerca de 335 mil meticais.
O Prémio Imprensa Nacional/Eugénio Lisboa foi criado em 2017 pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda, numa parceria com o Camões – Centro Cultural Português em Maputo, dando corpo à sua missão de promoção e preservação da língua portuguesa, e visa seleccionar trabalhos inéditos de grande qualidade no domínio da prosa literária. Além da componente pecuniária, contempla ainda publicação das obras distinguidas em cada edição, incentivando desta forma a criação literária moçambicana. Jofredino Faife deverá ver assim o seu trabalho publicado já no próximo ano, pela editora pública portuguesa.
Jofredino Faife vive e trabalha em Maputo. É pedagogo de formação. Trabalhou como pesquisador, docente e chefe do departamento de Ciências da Educação e Psicologia na Universidade Pedagógica. Actualmente, é especialista de educação, trabalhando no sector não-governamental. É vencedor do Prémio Fundação Rui de Noronha – 2009 (Memórias de um carteiro, inédito) e Prémio TDM de Literatura – 2012 (Filha de um deus menor, AEMO).