Os documentos apreendidos da casa do ex-presidente norte-americano Donald Trump, na Florida em Agosto, incluíam informações altamente confidenciais sobre o Irão e a China que arriscavam a exposição de métodos de espionagem dos EUA, escreve o Diário de Notícias que cita o jornal The Washington Post.
O Washington Post, que cita pessoas familiarizadas com o caso refere que, entre os documentos recuperados pelos investigadores do Departamento de Justiça estão um que descrevia o programa de mísseis do Irão e outro que “descrevia um trabalho dos serviços secretos altamente sensível sobre a China.
Os investigadores apreenderam cerca de 11 mil documentos na operação para recuperar o que o governo diz que deveria estar nos arquivos dos Estados Unidos, mas que Trump levou ilegalmente consigo quando deixou a Casa Branca em janeiro de 2021.
Entre todos esses documentos estavam pouco mais de 100 considerados confidenciais, alguns deles classificados como ultrassecretos e normalmente mantidos sob sigilo e que só um número restrito de pessoas está autorizado a consultar.
No entanto, na casa de Mar-a-Lago os documentos estavam guardados em locais que incluíam o escritório pessoal de Trump, com pouca segurança, segundo o Departamento de Justiça.
O Departamento de Justiça justificou a operação por motivos de segurança nacional, indicando que Trump era suspeito de violar a Lei de Espionagem, que proíbe a retenção e a partilha de documentos altamente confidenciais relativos à defesa nacional.
O ex-presidente também era suspeito de obstrução, depois que seus advogados terem afirmado ao departamento, em Junho, que não havia mais documentos governamentais retidos em Mar-a-Lago, mas acabou por não ser alvo de acusação.
Muitos dos documentos, que misturaram registos do governo com documentos pessoais legais e financeiros de Trump, além de recortes de imprensa e lembranças, serão devolvidos ao ex-líder dos Estados Unidos. O Departamento de Justiça disse esta quinta-feira que entre os registos oficiais do governo havia apenas 15 documentos em que o privilégio é contestado pelos dois lados.