O Presidente francês, Emmanuel Macron, de visita aos Camarões, criticou “a hipocrisia” em África por não culpar a Rússia pela guerra na Ucrânia. No entanto, o Presidente francês garantiu que seu país continuará empenhado na segurança do continente.
No balanço da primeira etapa da visita de três dias do Presidente francês ao continente africano, nos Camarões, Emmanuel Macron anunciou, esta terça-feira, que, a pedido do seu homólogo Paul Biya, os dois países planeiam ampliar a sua cooperação em matéria de segurança e defesa, sobretudo no treinamento de tropas para combater o extremismo islâmico.
“França continuará empenhada na segurança do continente. Continuaremos ao lado dos países da bacia do Lago Chade, para os ajudar a combater os terroristas que têm estado a mergulhar o norte dos Camarões no luto há tantos anos”, assegurou o Chefe de Estado francês, citado pela DW.
A visita de Macron é vista como uma tentativa de reforçar a cooperação bilateral francesa, numa altura em que dirigentes russos têm estado a deslocar-se ao continente em busca de apoio. Em África, esta semana, está também o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov.
Ao mesmo tempo, as crescentes ligações de diversos países ao Grupo Wagner, uma organização paramilitar russa envolvida em vários conflitos armados, têm feito soar os alarmes na União Europeia.
Numa conferência conjunta com o Presidente dos Camarões, esta terça-feira, o chefe de Estado francês não escondeu: “Esta presença russa híbrida, que passa pela desinformação, milícias e novas formas de cooperação, com a cumplicidade de poderes políticos enfraquecidos ou mesmo totalmente ilegítimos, quando se trata de juntas militares, causa preocupação”, escreve a DW.