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Falta de infra-estruturas vai condicionar instalação de tecnologia 5G em todo o país

Foto: O país

A tecnologia 5G não poderá ser implementada de forma imediata em todo o país por falta de infra-estruturas, que terão de ser partilhadas para maior sustentabilidade. E as pessoas vão ficar sem emprego com a automação? Pelo contrário, a tecnologia trará maiores facilidades de educação e desenvolvimento de habilidades. São ideias defendidas no segundo painel do primeiro dia, da nona edição da Moztech.

O pano de fundo deste painel foi a tecnologia 5G como o motor da indústria do futuro. Para falar desta tecnologia, estiveram frente-a-frente representantes do Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique (INCM), como regulador, a Movitel, que é operadora de telefonia móvel, a Huawei, líder da 5G e um gestor empresarial.

E, sem dúvida, esta tecnologia vai trazer mudanças na sociedade.

“É um elemento que vai chegar a todos os países, a todos os negócios, a todos os sectores de actividade, e todos nós vamos ter, com certeza, uma oportunidade de sentir no nosso dia-a-dia as mais-valias do 5G”, explica Jorge Cravo, partner e consultor da LBC-Portugal.

Uma dessas mudanças já visíveis na sociedade é a automação. O keynote speaker exemplificou o facto de ter acompanhado, recentemente, uma notícia segundo a qual houve uma cirurgia em Portugal comandada por robô, que eram monitorados a partir da Alemanha.

Mas, para implementar esta tecnologia e ter estas vantagens, claro, é preciso seguir alguns passos. A Huawei traz exemplos, a avaliar pela experiência em vários países.

“É preciso fazer análise do mercado, do tipo de subscritores a servir. Há que ter, ainda, uma estratégia comum, abrangente, para poder formular um plano tangível”, diz Bob Mo, da Huawei Tecnologies Mozambique, que apontou, entretanto, alguns dos vários desafios que são colocados pela frente, particularmente no nosso país.

“A questão da literacia é importante”, diz. Para Hélder Cassimo, director de Marketing e Comunicações na Movitel, um dos principais desafios são as infra-estruturas.

“No processo de implementação, vamos ter dificuldades de colocar (a tecnologia 5G) em determinados pontos, porque, naqueles locais, de facto, não há infra-estruturas.”

São essas infra-estruturas que o regulador, o INCM, diz que terão de ser partilhadas, e que esta partilha é com base em regulamentos.

Aliás, o regulador diz, ainda, que será preciso, com maior rigor, partilhar infra-estruturas para que o processo não seja dispendioso, tal como explicou Salomão David, do Gabinete de Estudos no INCM

Reconhecendo desafios, os painelistas assumem que haverá limitações, mas é preciso adaptação.

Mesmo que o país ainda tenha desafios pela frente, os painelistas dizem ser importante debater estes temas, na medida em que o desenvolvimento tecnológico permite que toda a sociedade se desenvolva. É preciso que o país tome este espaço, para que não sejam os outros a fazê-lo no seu lugar.

 

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