Iniciaram nesta segunda-feira, na cidade da Beira, as cerimónias de celebração da passagem do primeiro ano sem Daviz Simango. As cerimónias deverão culminar dentro de uma semana. Com esta iniciativa, os beirenses pretendem imortalizar Simango, passando necessariamente por valorizar os seus feitos em prol do desenvolvimento da urbe.
Recorde-se que foi no dia 22 de Fevereiro do ano passado, que a cidade da Beira foi surpreendida com a morte, por doença, de Daviz Simango, presidente do MDM e autarca da Beira. Ele faleceu na África do Sul, para onde tinha sido evacuado, uma semana antes para tratamentos e viria a ser sepultado no Chiveve, no dia 27 do mesmo mês.
Simango morreu aos 57 anos de idade. Apesar de ser engenheiro de profissão, foi na política onde o mesmo se destacou, principalmente depois de ter sido expulso da Renamo, em 2008, facto que o levou a criar o Movimento Democrático de Moçambique, ou simplesmente MDM, em Março de 2009, um partido que chegou a conquistar 16 assentos no parlamento, pondo assim fim a bipolarização da Assembleia da República.
Daviz Simango foi o presidente que mais tempo ficou na liderança do Município da Beira. Foram 17 anos.
Nesta segunda-feira, os beirenses, liderados pelo seu actual presidente, Albano Cariz, lançaram a semana alusiva às cerimónias do primeiro ano do seu desaparecimento físico, no salão nobre do Município, na presença de diversas individualidades, incluindo familiares do homem que mais tempo dirigiu os destinos da Beira.
Na ocasião, Carige referiu que a melhor forma de homenagear Simango passava por levar avante a iniciativa da construção das 25 mil casas resilientes no bairro da Chota, a concretização do melhoramento da protecção costeira e garantir a construção de uma terceira bacia de retenção no bairro de Macúti, com vista a controlar os índices de inundação na urbe.
“A sua governação foi sempre íntegra e virada para o bem de todos. Um feito que nos inspira e encoraja para seguir o seu exemplo, continuando a carregar a Beira e os munícipes nos nossos corações, passando necessariamente pela união de todos e transformação dos desafios em catalisadores para solucionar os problemas”, referiu Carige
Para a família, Daviz Simango era um homem íntegro, “cuja identidade contagiava outras pessoas. Portanto, estamos a celebrar a abnegação de um homem que tinha o munícipe como o seu foco e a família ficava em segundo lugar”, indicou Samuel Simango, tio de Daviz Simango.
Na ocasião foi exibido um vídeo retratando as suas obras. Depois do salão nobre a cerimónia prosseguiu na Praça do Município com a deposição de flores, acompanhados de cânticos religiosos.
No local, o Secretário-geral da MDM, José Domingos, lembrou que Daviz Simango liderou o MDM durante 12 anos e a sua preocupação foi sempre garantir um “Moçambique para todos! Pela passagem de um ano resta-nos recordar Simango, seguindo os seus ideais, tanto na parte administrativa como a nível do partido”, defendeu Domingos.
Para o régulo da Beira, que participou da cerimónia, o actual edil da Beira deve continuar a seguir as pegadas de Daviz Simango, nomeadamente saber ouvir os munícipes e colher opiniões para dirigir a Beira, “sob o risco de seguir caminhos errados para o desenvolvimento da urbe”, afirmou Pedro Zingombe, régulo da Beira.
Antes do dia 22, data da morte de Daviz Simango, estão agendadas diversas actividades na urbe, com destaque para o lançamento de um livro em sua memória e apresentação de uma peça teatral imortalizando as suas obras.