O coordenador interino da Renamo, Ossufo Momade, explicou, esta quarta-feira, que será criado um organismo para a entrega de armas que estão na posse dos homens da Renamo.
A informação foi avançada através de uma conferência de imprensa da Renamo, na sua sede nacional na Cidade de Maputo, que decorreu via telefone, tal como nos habituou o partido nos últimos tempos, quando o assunto é o diálogo político.
Mas desta vez não era a voz de Afonso Dhlakama que se ouvia a partir das matas de Gorongosa. Era sim de Ossufo Momade, coordenador interino da Renamo, homem agora encarregue de dar continuidade às negociações com o Presidente da República sobre a paz efectiva.
E a comunicação era mesmo para confirmar que foi fechado, na segunda-feira, um memorando de entendimento sobre o desarmamento dos homens da Renamo e a sua integração nas Forças de Defesa e Segurança.
“Na segunda-feira, dia seis de Agosto do presente ano, assinamos o memorando de entendimento com o Presidente da República, cuja implementação pressupõe o enquadramento dos oficiais oriundos da Renamo nos locais de comando, de chefia nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique, a integração da força residual da Renamo nas unidades da Polícia da República de Moçambique, que vai ocorrer depois do entendimento referente a sua colocação no Ministério do Interior”, explicou Ossufo Momade, numa comunicação que não teve direito a perguntas.
Sobre a entrega de armas às autoridades moçambicanas, o coordenador interino da Renamo esclarece que “chegamos ao entendimento de que a outra parte da força residual vai proceder a entrega do armamento a um organismo previamente instituído para o efeito”.
Terminou a sua comunicação agradecendo pelo apoio dos moçambicanos e da comunidade internacional.
“Congratulamos aos moçambicanos, ao grupo de contacto e a comunidade internacional que não têm poupado esforços para o alcance da paz efectiva e a verdadeira reconciliação nacional. Por outro lado, exortamos a todas as forças vivas da sociedade moçambicana para continuar a manter a serenidade”, disse.
Tal como o Presidente da República, o coordenador interino da Renamo não avançou datas sobre o começo do processo do desarmamento e integração dos homens da Renamo nas Forças de Defesa e Segurança.