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UNICEF revela que COVID-19 pode prejudicar a saúde mental das crianças

Foto: UNICEF

Segundo o relatório do UNICEF, a nível mundial, quase 20% das crianças com menos de cinco anos vivem em extrema pobreza. As normas de género podem ter impacto na saúde mental, tanto de raparigas, como de rapazes.

As raparigas podem enfrentar estereótipos restritivos sobre trabalho, educação e família, bem como o risco de violência do parceiro íntimo; os rapazes podem ser pressionados a suprimir as emoções e a experimentar o uso de substâncias.

As crianças estão demasiadas vezes na linha da frente em crises humanitárias (415 milhões em 2018), cada uma delas exposta ao stress e trauma. O impacto de tais crises pode variar de criança para criança, com algumas a mostrarem resiliência e outras a experimentarem uma angústia extrema e duradoura.

“Há múltiplos relatos de abuso de crianças em instituições, uma grande proporção das quais têm deficiências, incluindo deficiências de desenvolvimento ou de saúde mental. Há, também, provas extensivas do uso continuado de algemas de crianças e jovens com graves problemas de saúde mental e do uso de coerção e contenção nos serviços de saúde mental”, lê-se no documento.

Há uma grande preocupação sobre o impacto da pandemia da COVID-19 na saúde mental. As investigações indicam alguns aumentos de stress e ansiedade entre crianças e adolescentes. A saúde mental dos prestadores de cuidados, especialmente das jovens mães, é também uma preocupação.

O UNICEF estima que mais de 13% dos adolescentes entre os 10 e 19 anos de idade vivem com uma perturbação mental diagnosticada, tal como definida pela Organização Mundial de Saúde. Isto representa que 86 milhões de adolescentes com idades entre os 15 e 19 anos e 80 milhões de adolescentes com idades entre os 10 e 14 anos, 89 milhões de rapazes adolescentes dos 10 e 19 anos e 77 milhões de raparigas adolescentes dos 10 e 19 anos de idade, vivem com uma perturbação mental.

As taxas de prevalência de perturbações diagnosticadas são mais elevadas nas regiões do Médio Oriente e Norte de África, América do Norte e Europa Ocidental. A ansiedade e a depressão constituem cerca de 40% destas perturbações mentais diagnosticadas; as outras incluem perturbações de défice de atenção/hiperactividade, perturbações de conduta, incapacidade intelectual, bipolar, distúrbios alimentares, autismo, esquizofrenia e um grupo de perturbações de personalidade.

As crianças e os jovens também relatam perturbações psicossociais que não atingem o nível de perturbação epidemiológica, mas perturbam as suas vidas, saúde e perspectivas de futuro.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Gallup para o próximo relatório da UNICEF sobre a Mudança da Infância, uma média de 19% de crianças entre os 15 e os 24 anos de idade em 21 países, auto-relatou, na primeira metade de 2021, que frequentemente se sentem deprimidas ou têm pouco interesse em fazer as coisas.

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