Cerca de 670 mil pessoas deslocadas devido aos ataques terroristas em Cabo Delgado estão vulneráveis à pandemia da COVID-19. A situação resulta da superlotação dos centros de acomodação, de acordo com Agência de Refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU).
São pessoas que da noite para o dia perderam tudo o que tinham por conta dos ataques terroristas, desde Outubro de 2017, em Cabo Delgado. As vítimas fugiram das suas comunidades para zonas consideradas seguras em Niassa, Nampula e outros pontos de Cabo Delgado. Mas é lá onde um outro inimigo pode estar à espreita: A COVID-19.
Segundo um estudo da Agência de Refugiados da Organização das Nações Unidas, realizado em Cabo Delgado, de 16 de Fevereiro a 3 de Março, a maior parte dos deslocados devido ao terrorismo, correm o risco de contrair o novo Coronavírus, por conta das precárias condições de acomodação.
A pesquisa refere que os centros de acomodação estão superlotados, o que torna o distanciamento físico recomendado pela Saúde um desafio.
Nesses locais faltam máscaras de protecção contra a COVID-19, o acesso à água e sabão para a lavagem das mãos é limitado, o que dificulta a prevenção da doença.
De acordo com a Agência de Refugiados da Organização das Nações Unidas, a escassez de fundos, por causa do aumento das necessidades para assistência humanitária, pode ser um dos motivos que dificultam a prevenção do Novo Coronavírus.
Por isso, a solução é aumento de abrigos para os deslocados, a disponibilização de água, sabão e baldes.
Para fazer face as dificuldades que aponta, a Agência de Refugiados da Organização das Nações Unidas estima que são necessários 19.2 milhões de dólares, dos quais apenas 39 por cento foram disponibilizados. O Valor não serve apenas para cobrir as necessidades provenientes da prevenção da COVID-19, mas também para responder outras questões humanitárias.