A Liga Moçambicana de Futebol e os clubes reuniram-se esta segunda-feira com o Secretário de Estado de Desporto para solicitar a continuação do Moçambola 2021, como forma de evitar muitos prejuízos financeiros e de gestão, derivados da saída de patrocinadores e do pagamento de salários a atletas que não estejam em competição. Este pedido é para evitar ainda uma paragem de dois meses e meio, que não seria benéfico aos atletas
Na sua última comunicação a Nação, o Presidente da República, Filipe Nyusi, suspendeu a realização de treinos dos clubes, bem como do próprio campeonato nacional de futebol, o Moçambola, por alegadamente ser um meio de propagação da COVID-19, tendo em conta a deficiência de testagem que a prova estava a ter.
A suspensão de 30 dias não caiu da melhor forma nos clubes, que solicitaram um encontro com o Secretário de Estado do Desporto, para pedir que a prova não pare, uma vez que pode trazer avultados prejuízos, dentre eles financeiros, derivados de pagamentos de salários a atletas que não competem, bem como da saída de patrocinadores da prova.
Ananias Couana, presidente da Liga Moçambicana de Futebol, que falou na qualidade de porta-voz do encontro, disse não poder quantificar os custos desse prejuízo, mas “entendemos que há retirada dos patrocinadores, ou seja, a interrupção do campeonato retira a capacidade dos próprios patrocinadores”, para além de que “os clubes fizeram um grande esforço para poderem garantir o arranque do campeonato nacional e também a questão relacionada com os próprios salários dos jogadores”.
Mas há mais: “para além desta continuidade de se pagar os salários, há a questão dos atletas que vivem em residências dos clubes e isso traz despesas mensais”.
E a saída para evitar problemas financeiros é que o Moçambola não pare e a solução imediata é a realização de testes regulares da COVID-19. “Sabemos que há clubes que já fazem testagem a título individual, mas nós queremos reforçar a capacidade de testagem dos atletas e todos intervenientes do Moçambola e vamos iniciar esta semana. Por isso viemos dizer que temos uma acção conjunta para realizar testes frequentes e assim evitar que a prova seja interrompida”, disse Ananias Couana, que espera que a resposta a solicitação feita seja dada ainda esta semana.
O facto é que em caso de paragem do Moçambola, a retoma só aconteceria dentro de sois meses e meio, tendo em conta que “ainda nem sabemos quando iremos retomar e quando se anunciar a retoma teríamos que ter mais uma pré-época para os jogadores”, disse o presidente da Liga Moçambicana de Futebol.
A ideia de não haver paragem vai, ainda, e de acordo com Ananias Couana, permitir mais rodagem aos jogadores convocáveis para os Mambas, tendo em conta que em Março a selecção nacional terá dois jogos de cartaz na qualificação ao CAN dos Camarões, nomeadamente diante do Ruanda e Cabo Verde.
O Moçambola 2021 disputou quatro jornadas e foi suspenso por 30 dias a partir desta segunda-feira dia 08 de Fevereiro.