Trata-se do regadio São Francisco de Assis, no distrito de Mopeia. A infra-estrutura pertence à associação do mesmo nome, com mais de 100 membros produtores de arroz. O empreendimento foi construído no início de 2008 para os camponeses e estes confiaram a gestão temporária à empresa Olam, que chegou ao distrito com tecnologia de ponta
A infra-estrutura de rega custou três milhões de dólares norte-americanos do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), em parceria com o Governo de Moçambique, e pretendia-se irrigar mil hectares e assegurar a produção de arroz, cultura de bandeira em Mopeia.
O distrito tem potencial no que à produção de arroz diz respeito, mas carece de infra-estruturas de rega. Mesmo assim, não se conseguiu garantir a manutenção do sistema de bombagem da água a partir do Rio Zambeze para um campo de mil hectares.
A produção feita pela Olam um sucesso tal como referem as autoridades em Mopeia. Com o sistema a funcionar em pleno, aquela empresa pretendia, na altura, em termos de produção, atingir perto de 20 mil toneladas de arroz. A empresa chegou a produziu muito arroz nos mil hectares quando ainda eram irrigáveis.
Terminado o seu período de produção, deixou o campo e passou a gestão do sistema de rega à proprietária, a Associação São Francisco de Assis, disse Gilton José, director dos Serviços Distritais das Actividades Económicas de Mopeia.
Já nas mãos da agremiação, esta não conseguiu assegurar a manutenção do empreendimento. No terreno a situação é de total abandono. A infra-estrutura está completamente danificada. Na estação de bombagem é possível notar vandalização e roubo de componentes de energia que tinham sido instalados para garantir o funcionamento do sistema de rega.
Recentemente, a Associação São Francisco de Assis veio a público reclamar intervenção no sistema de rega. O governo distrital assegura, porém, que prevê reabilitar o empreendimento ora destruído, mas não avançou datas para o efeito.
Sabe-se que Mopeia tem quatro regadios que carecem de investimento na ordem de 300 milhões de dólares, para alavancar a produção de arroz.