As embarcações foram confiscadas de Janeiro a Outubro no Bazaruto. Criado em 1971, o Parque Nacional do Arquipélago do Bazaruto compreende cinco ilhas e toda área adjacente, numa área total de 1.400 quilómetros. Por lá a vida marinha abunda e exemplo disso é que existem dugongos, tartarugas e outras espécies marinhas.
Segundo o administrador daquele parque, Armando Nguenha, a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada é um desafio constante para os fiscais, cuja tarefa é descrita como difícil, às vezes.
Armando Nguenha revelou ao “O País” que, além dos 28 barcos, houve apreensão dos respectivos equipamentos de pesca, usados durante a actividade ilegal numa áreas de protecção total dentro do Parque Nacional do Arquipélago do Bazaruto.
“Os últimos que nós encontrámos foi por volta das 03 horas. Eles estavam a pescar no alto mar e de dia. Por volta da meia-noite, eles [os pescadores] entraram para a área de protecção. Apanhámos a eles porque temos fiscais que trabalham 24 horas por dia”, acrescentou o administrador do parque.
No mar, a reportagem do “O País” encontrou pescadores em mais um dia de faina, bem próximos aos limites do parque. Questionados sobre a pesca na zona de protecção, os mesmos alegaram que não tinham conhecimento de tais práticas.
As autoridades iniciaram a colocação de demarcações físicas da área com o objectivo de sinalizar os limites do Parque Nacional do Arquipélago de Bazaruto. Para o efeito, foram adquiridas 29 boiás de sinalização que serão ancoradas ao longo do perímetro. O equipamento custou pouco mais de 6.166.549 meticais.
Com estes sinais limítrofes espera-se ultrapassar o conflito entre as autoridades de conservação e as comunidades locais, sobretudo as pesqueiras, facilitando, em simultâneo, o trabalho da equipa de fiscalização do parque.
A cerimónia de lançamento das boiás decorreu na costa da cidade de Vilankulo e foi dirigida pelo governador de Inhambane, Daniel Chapo, para quem é preciso fazer muito mais do que apenas colocar limites.
Daniel Chapo lembrou que na gestão do Parque Nacional do Arquipélago do Bazaruto, foram sempre encontradas dificuldades por falta de limites físicos, o que complicava ainda mais o trabalho de fiscalização, apesar de nos dispositivos legais estar devidamente sinalizado.
Os sinais não vão impedir que os ilegais entrem nas zonas de protecção, por isso, o governante apelou à fiscalização.
O Parque Nacional do Arquipélago do Bazaruto é uma área de conservação de domínio público do Estado. É a primeira área de conservação exclusivamente marinha no país, criada com o objectivo de proteger a biodiversidade marinha e terrestre através do uso racional dos recursos naturais e protecção de espécies em vias de extinção, promovendo um turismo responsável em benefício das presentes e futuras gerações.
É no Bazaruto, em toda costa oriental de África, onde é possível encontrar mais de 250 dugongos e também o único onde cinco espécies de tartarugas fazem a desova.