Dados divulgados pelo UNICEF indicam que, em 2016, 120 mil crianças menores de 14 anos morreram de causas relacionadas com a Sida e 18 crianças foram infectadas pelo HIV a cada hora.
Celebra-se, hoje, em todo o mundo, o Dia de Luta Contra o Sida, uma doença com uma prevalência actual de 13,2% em Moçambique.
As celebrações da data decorrem sob o lema “Priorizando a prevenção para acelerar o combate ao HIV/Sida” que reflecte a estratégia para reduzir a seroprevalência.
Para assinalar a data estão previstas diversas actividades de reflexão e sensibilização, um pouco por todo o país.
O acto central será dirigido pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, que, na cidade do Maputo, vai orientar a abertura da Reunião do Conselho Nacional de Combate ao SIDA (CNCS) alargada a outros actores da resposta nacional.
Paralelamente, o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MEDH) promove uma a feira de saúde para os funcionários e agentes do Estado. Trata-se de uma iniciativa que, segundo uma nota que tivemos acesso, enquadra-se no âmbito da implementação do Programa de HIV/Sida no local de trabalho.
Metas em risco
A organização das Nações Unidas para a infância (UNICEF) diz que as metas estabelecidas com vista a eliminar o HIV entre as crianças não serão alcançadas em 2020.
O UNICEF toma como base as tendências demográficas mundiais para sustentar o seu cepticismo.
“Uma análise do UNICEF sobre as tendências demográficas e os novos dados sobre o HIV revela que os objectivos estabelecidos no quadro “Start Free, Stay Free, AIDS Free”, desenvolvido em 2016 para acelerar as acções com vista a eliminar a Sida entre crianças até 2020, não serão alcançados”, revela um comunicado de imprensa alusivo a data que hoje se assinala.
A nota destaca, ainda assim, os avanços registados na transmissão vertical, que permitiram salvar vidas de muitas crianças.
“Registaram-se alguns progressos na luta contra a Sida, nomeadamente na prevenção da transmissão vertical do HIV (mãe-filho), que permitiram evitar que cerca de 2 milhões de novas infecções ocorressem entre crianças desde 2000. No entanto, o UNICEF adverte que esse progresso não deve levar à complacência, pois a actualização estatística destaca que as crianças com 0-4 anos de idade vivendo com HIV enfrentam o maior risco de morte relacionada à Sida em comparação com outras faixas etárias”, indica o comunicado. Ainda assim, deixa alguns reparos.
“O teste e tratamento pediátrico do HIV está sendo realizado tardiamente, com apenas 43 por cento dos bebés expostos ao HIV a serem testados nos primeiros dois meses de vida recomendados e a mesma percentagem de crianças que vivem com HIV a receberem tratamento anti-retroviral, portanto essencial para a sua sobrevivência”.
Em 2016, 120 mil crianças menores de 14 anos morreram de causas relacionadas o Sida e 18 crianças foram infectadas com o HIV a cada hora.
Se as tendências actuais persistirem, haverá 3,5 milhões de novas infecções de HIV entre os adolescentes até 2030, indicam as projecções da actualização estatística do UNICEF sobre Crianças e Sida 2017.