O açúcar não pode faltar no rancho da dona Helena Santos, uma das mulheres que não dispensa uma passada pelo supermercado da cidade de Nampula, nos primeiros dias do mês: “não pode faltar açúcar em casa porque é muito importante em casa. Com o açúcar fazemos chá, bolos para crianças e muito mais”.
Mas na semana passada faltou açúcar castanho na cidade de Nampula, o que levou alguns supermercados a limitarem a quantidade por cada cliente, que só podia comprar 5kg, mas esta semana a situação ficou normalizada.
“Temos stock garantido para dois/três meses e o preço subiu um pouco porque na facturação incluiu-se o IVA” disse Ivo Muquina, sub-gerente do supermercado Recheio na cidade de Nampula.
A subida do preço castanho foi mais sentida na semana passada onde um quilograma que antes custava 65 meticais chegou a ser vendido a mais de 100 meticais. E mesmo com a disponibilidade do produto no mercado, o preço não voltou aos 65 meticais, estando a sair a 10 meticais mais caro.
“Semana passada faltou açúcar, não só na zona norte, mas sim em todo o país. Desde a semana passada, quando as fábricas começaram a produzir açúcar, de imediato começaram a mandar para todas as regiões e temos recebido açúcar castanho e temos recebido açúcar castanho e temos stock e a entrar nos mercados”, avançou Shakeel Ahmad, da Lifepack, um dos maiores distribuidores de açúcar na zona norte do país.
A questão do novo preço tem a ver com o início do pagamento dos 17% do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) por parte do consumidor, que há 13 anos não era cobrado para o açúcar, óleo e sabão, como estratégia para estimular o consumo do produto nacional.
“Essa isenção caducous a 31 de Dezembro do ano transacto e consequentemente, actualmente, esses produtos vão ser comercializados indexando os 17% do IVA” esclareceu Cleyton Johnam, delegado da Autoridade Tributária de Moçambique em Nampula.
O que significa que para o mesmo pacote de 1 kg que custava a 65 meticais, o consumidor passa a pagar mais 11 meticais, correspondentes a 17% do IVA – imposto que vai para os cofres do Estado.