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Polícia espanca cidadão até à morte na Beira

A Polícia da República de Moçambique é acusada de espancar até a morte um cidadão de 44 anos identificado Abdul Razak.

Razak foi agredido por dois agentes da Polícia, que sem dó e nem piedade desferiu vários golpes e na sequência disso vários órgãos sensíveis foram atingidos. Este facto aconteceu na manhã do passado sábado.

A vítima morreu a caminho do hospital no período da tarde, depois de ter ficado cerca de quatro horas detidos.
Esta triste história começou a meio da manhã de domingo no bairro da Munhava. Um grupo de adolescente estava a jogar futebol num pequeno campo. De repente um deles avistou os dois agentes da Polícia em causa e gritou alertando aos amigos. “Polícia…polícia”! Os meninos que sabiam da obrigatoriedade de obedecer ao distanciamento social puseram-se a correr e deixaram para trás a bola e os seus pertences, entre eles chinelos (estavam a jogar descalços).

Chegados no campo, os Polícias recolheram os bens dos adolescentes e na bola. Mas antes de abandonarem o local, os dois começaram a dar toques na bola. Abudul Razak que se encontrava nas proximidades criticou a atitude da polícia e disse que ia filmá-los. Os polícias não gostaram dos pronunciamentos do Razak e partiram para a violência.

As pessoas que se encontravam nas proximidades apelaram aos agentes a pararem com a violência mas estes simplesmente ignoraram o mesmo.

Depois da violência, a vítima já debilitada foi encaminhada pelos dois até a quarta esquadra, onde estão afectos. Foi colocado nas celas.
Três horas depois, os parentes dirigiram-se ao local para exigir a soltura do mesmo.

“Exigiram-nos cervejas e trezentos meticais. Como queríamos o nosso parente disponibilizamos o valor e ele foi solto. Infelizmente ele já estava muito debilitado e a caminho do hospital ele morreu. Nós só queremos justiça. A polícia sempre advoga que ninguém deve fazer justiça pelas próprias mas ela demostra exactamente o contrário. Exigimos a clarificação deste assunto”, pediu a irmã da vítima,

Os resultados da autopsia indicam que Abudul Razak morreu vítima de traumatismo criado por objectos contundentes.

A PRM na Beira, distancia-se do comportamento dos colegas e garantiu que já foi criada uma comissão de inquérito para clarificar este caso.

“Se se provar que os nossos colegas agiram a margem das leis eles serão responsabilizados. Haverá processos criminais e disciplinares” – garantiu Dércio Chacate, do gabinete de Relações Públicas da PRM na Beira.
A vítima foi sepultado esta segunda-feira no cemitério Indú na cidade da Beira.

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