Um dos maiores eventos do futebol africano reunirá as principais potências do continente, como Costa do Marfim, Marrocos, Egipto e Nigéria, mas também duas selecções que representam a lusofonia, Moçambique e Angola. Será de 21 de Dezembro a 18 de Janeiro que Marrocos vai acolher a 35ª edição da prova africana.
A principal competição de futebol do continente africano chega à sua 35ª edição. O Campeonato Africano de Nações (CAN) será disputado em Marrocos, entre 21 de Dezembro de 2025 e 18 de Janeiro de 2026. Esta será a primeira edição realizada nesse período, por decisão da Confederação Africana de Futebol (CAF) em alinhamento com a Federação Internacional de Futebol (FIFA), para facilitar a liberação de jogadores pelos clubes.
Após 37 anos, Marrocos volta a sediar a competição pela segunda vez na história. As partidas serão disputadas em nove estádios, distribuídos por seis cidades-sedes: Rabat, Casablanca, Fez, Tânger, Marrakech e Agadir. A prova contará com 24 selecções, divididas em seis grupos de quatro equipas. As duas melhores classificadas de cada grupo, além dos quatro melhores terceiros colocados, avançam aos oitavos-de-final. Assim, a competição segue em fase eliminatória até a definição do campeão.
A edição reunirá algumas das maiores potencias do futebol africano e representa mais um capítulo histórico da competição, criada em 1957. Na edição inaugural, o Egipto conquistou o título, num torneio que contou com apenas três selecções: Egipto, Etiópia e Sudão.
Actual campeã, a Costa do Marfim chega como uma das favoritas e busca o quarto título da sua história. Conhecidos como “Os Elefantes”, os marfinenses também garantiram vaga no Campeonato do Mundo após 12 anos de ausência.
O Marrocos também está entre os concorrentes ao título, impulsionado pela vantagem de actuar em casa e por uma campanha histórica, marcada por 18 vitórias consecutivas em jogos internacionais. Sob a liderança do capitão Achraf Hakimi, estrela do Paris Saint-Germain (PSG), a selecção marroquina busca seu segundo título continental, desde a conquista de 1976, na Etiópia.
Maior vencedor da história da competição, o Egipto, liderado por Mohamed Salah, do Liverpool, soma sete títulos, seguido por Camarões, com cinco, e Gana, com quatro. O Egipto é a única selecção com três vitórias consecutivas, com títulos em 2006, 2008 e 2010.
O Senegal, comandado por Sadio Mané e que garantiu a vaga directa para o Mundial de futebol, também figura entre os favoritos. Após ficar fora da Copa do Mundo, a Nigéria, inspirada pelo atacante Victor Osimhen, busca reerguer-se e conquistar o quarto título continental.
Um dos confrontos mais aguardados da fase de grupos será pelo Grupo D, entre Senegal e a República Democrática do Congo, campeã em 1968 e 1974, que Avançou à repescagem intercontinental da FIFA. A competição terá início em Rabat, capital marroquina, com o duelo de abertura do Grupo A, entre Marrocos e Comores.
Angola e Moçambique: nações lusófonas no CAN 2025
Nesta edição do CAN, duas selecções lusófonas estão presentes: Angola e Moçambique. Em relação à edição anterior, a lusofonia ficou sem dois representantes, a Guiné-Bissau, que tinha estado nas quatro últimas edições, e Cabo Verde, que em contra-partida estará presente no Mundial do próximo ano.
Angola vai marcar presença pela décima vez. Os Palancas Negras integram o Grupo B com o Egipto, a África do Sul e o Zimbabwe. Na última edição do CAN, a selecção angolana atingiu os quartos-de-final, onde foi eliminada pela Nigéria por 1-0. A grande novidade é a substituição do seleccionador português Pedro Gonçalves pelo francês Patrice Beaumelle.
Quanto a Moçambique, vai estar presente pela sexta vez. Os Mambas integram o Grupo F com a Costa do Marfim, os Camarões e o Gabão. Na última edição do CAN, a selecção moçambicana foi eliminada na fase de grupos. A grande novidade é a presença na convocatória de Dominguez, médio de 42 anos.
Bola oficial e mascote do CAN 2025
A bola oficial da competição, batizada de ITRI, foi apresentada em conjunto pela CAF e pela Puma. O nome significa “estrela” em amazigh, idioma ancestral do Norte da África, em referência à bandeira do Marrocos e às ambições das 24 selecções participantes.
O design da bola traz inspiração nos padrões geométricos do zellige, arte tradicional marroquina, com uma estrela central e linhas fluidas que simbolizam energia, movimento, unidade e a riqueza cultural do futebol africano.
Além da bola, o mascote oficial da edição é Assad, inspirado no Leão do Atlas, símbolo nacional do Marrocos. Representando força, orgulho e identidade cultural, o mascote animará estádios, fanzones e eventos comunitários, além de actuar como embaixador do torneio em acções voltadas ao desenvolvimento do futebol de base e de programas para jovens no continente.

