Um carro e fardamento da Polícia estão a ser usados por supostos insurgentes que aterrorizam Cabo Delgado.
Fotos sobre o facto circulam nas redes sociais, confirmou, hoje, o comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, assegurando que se está a trabalhar para apurar as circunstâncias em que aqueles equipamentos caíram nas mãos de malfeitores.
Desde 2017 que supostos insurgentes aterrorizam os vários distritos da província de Cabo Delgado, onde matam, mutilam, saqueiam e queimam casas das populações. Estas, desesperadamente buscam refúgios em zonas que consideram seguras em províncias próximas.
A situação criou um clima de insegurança em povoações de distritos como Mocímboa da Praia, Nangade e Macomia. A insegurança naqueles pontos do país levou o Governo a intensificar as acções militares em Cabo Delgado, sobretudo nas regiões seriamente afectadas.
Os confrontos são intensos, tanto que o Ministério da Defesa Nacional de uns tempos a esta parte publicava os êxitos das Forças de Defesa e Segurança (FDS) no teatro das operações.
Entretanto, desde a semana passada, há imagens nas redes sociais de alegados insurgentes trajados de uniforme do Exército e na posse de uma viatura de marca “Mahindra”, com as cores da PRM.
Esta quarta-feira o comandante-geral da Polícia, Bernardino Rafael, confirmou que há um carro e fardamento da instituição que dirige nas mãos dos supostos insurgentes.
O agente da lei e ordem começou por explicar que a Polícia está num “teatro operacional onde existem acções que podem tenderem a mudança da ordem pública. Trata-se de viatura que encontra-se em circunstâncias estranhas e que nós não sabemos bem se são malfeitores. A viatura é nossa. Confirmamos que a viatura é nossa e foi incendiada em circunstâncias que estamos a investigar para esclarecer”.
O comandante-geral da Polícia, que falava esta quarta-feira depois de inaugurara a 24ª esquadra da Polícia, construída de raiz no bairro do Zimpeto, nos arredores da cidade de Maputo, disse a jornalistas que, neste momento, o mais importante é o êxito que as FDS estão a ter no “campo de batalha”.
“Mas o que temos que saber é que estamos no teatro operacional, tanto as FDS, assim como os malfeitores poem cair em emboscadas. Portanto não negamos que sejam nossas viaturas, é nossa viatura que caiu numa emboscada mas as FDS estão a trabalhar no terreno e é este o resultado de um tetro de guerra assim”, afirmou Rafael.
A província de Cabo Delgado, no extremo norte do país, tem sido o epicentro das explorações dos hidrocarbonetos por “gigantes” multinacionais.