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Chapo quer aprofundar relações com instituições de Bretton Woods

O Presidente da República, Daniel  Chapo, expressou o  empenho do Governo moçambicano em aprofundar as relações com  o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, no quadro  de uma nova visão centrada em reformas do sector público,  promoção do investimento e desenvolvimento de projectos  estruturantes.

O Chefe do Estado revelou o facto à imprensa, esta Segunda-feira, em Sevilha, na Espanha, após encontros com o  Director Adjunto de Gestão do FMI, Nigel Clarke e com o Presidente  do Banco Mundial, Ajay Banga, à margem da IV Conferência  Internacional das Nações Unidas sobre o Financiamento ao  Desenvolvimento (FFD4). 

“Os encontros correram muito bem. Como sabem muito bem, temos  uma relação histórica bastante antiga que dura há anos, daí que  achamos que é muito importante termos estes encontros com as  duas instituições de Bretton Woods”, disse o Presidente moçambicano. 

Com o FMI, o estadista afirmou ter partilhado o interesse do Governo  em iniciar entendimentos com vista a um novo programa de  cooperação, tendo em conta o pacote de reformas em curso no país. 

“Achamos que devíamos ter com o FMI um novo programa. E nisto a  recepção é muito boa, de tal forma que achamos que, ao longo  deste ano, se tudo correr bem, vamos assinar um novo programa”,  afirmou. 

O eventual novo programa, segundo explicou Daniel Chapo, deverá reflectir a nova  visão do Executivo e priorizar intervenções para dinamizar o sector  público e criar melhores condições para o investimento. 

“Continuar  uma excelente relação com o FMI, mas já com uma nova visão  baseada em reformas ao nível do sector público, sobretudo as  questões relacionadas com a necessidade de criar um bom ambiente  de negócios em Moçambique”, sublinhou. 

No encontro com o Banco Mundial, o Presidente Chapo abordou  igualmente o processo de reformas e o papel da digitalização na  melhoria da governação e combate à corrupção. “Eles acham que o programa de digitalização que estamos a levar a cabo é um dos  programas que vai combater bastante a corrupção”, disse. 

O Chefe do Estado destacou o reconhecimento do Banco Mundial  aos esforços de transformação digital e o compromisso da instituição  em apoiar este processo, com foco na modernização da  administração pública. 

Na componente de desenvolvimento económico, o Presidente da  República partilhou com o Banco Mundial a visão de Moçambique  como futuro hub regional de energia, apontando projectos como a  expansão da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), Mphanda Nkuwa  e a exploração do gás do Rovuma como prioridades.

“Temos uma  grande capacidade de produção de gás e podemos também  construir várias centrais e aumentar a nossa capacidade de produção  de energia eléctrica em Moçambique”, afirmou. 

Foram ainda abordadas oportunidades nos sectores da agricultura,  turismo, recursos minerais e industrialização, com destaque para o  papel dos corredores logísticos estratégicos. “Falámos do Corredor de  Maputo, estradas, linhas férreas, aumento da capacidade dos nossos  portos, o Corredor da Beira, a possibilidade de construção de mais  pipelines […] e o Corredor de Nacala”, detalhou. 

O Chefe do Executivo moçambicano defendeu que o investimento  em sectores produtivos e infra-estruturas deverá gerar impacto directo  na vida dos moçambicanos. “A nossa principal preocupação é gerar  emprego para a nossa juventude, para as mulheres e desenvolvermos  o nosso país”, disse.

Chapo garantiu que tanto o FMI como o Banco  Mundial mostraram-se encorajados pelas reformas em curso e  receptivos à nova abordagem do Governo.

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