1200 Pessoas que vinham usando muletas, cadeiras de roda ou outro tipo de material para se movimentar poderão passar a caminhar sem precisar deste tipo apoio, com a doação de próteses pelo Governo da Índia. O Hospital Central de Maputo tem défice deste material devido ao uso de máquinas obsoletas na sua produção.
De uma pequena lesão no pé, que nunca mais sarava, Aurélio Machava teve a sua perna amputada, depois de ser diagnosticado com Diabetes.
Porque já não podia se locomover como antes, tudo mudou em sua vida, e teve até que abandonar o emprego.
“Eu sou motorista, não estou a desempenhar as minhas funções atualmente, pois ainda me encontro na fase de recuperação. Tudo começou com uma ferida no dedo do pé, sem saber o que era, depois de um tempo descobri que era diabete, a doença multiplicou-se e fui amputado o pé”, explicou.
Assim como este paciente, há milhares que se encontram na mesma situação. São pessoas que devido a lesões graves ou doenças, sonham em voltar a andar sem muletas, depois de verem um dos seus membros inferiores amputados.
Na sua maioria, as amputações são consequência da Diabetes, segundo dados apresentados pelo Centro Ortopédico do Hospital Central de Maputo.
O responsável do local, Endro Cossa, explicou que tem havido muita procura por próteses, chegando a acumular mais de 200 pacientes na lista de espera.
“O maior número são pacientes diabéticos, seguidos de pacientes vítimas de acidentes de viação, outros com má formação congênita e por fim, vítimas de minas ”.
Entretanto, nem sempre é possível responder a procura.
“As grandes dificuldades tem haver com a maquinaria, pois são antigas e estão absoletas e isso acaba aumentando o tempo de espera e de produção das próprias próteses”.
Com vista a ajudar a restaurar a mobilidade destes pacientes, o governo da Índia está a doar, num período de 50 dias, próteses de membros inferiores, entre cintura pélvica, coxa, perna e pé.
As próteses ortopédicas são todas produzidas nestas salas, depois de retiradas as medições.
Um processo que leva menos de uma hora, liderado por 13 profissionais indianos, em colaboração com técnicos do Hospital Central de Maputo.
“Moçambique e Índia celebram 50 anos de relações diplomáticas. Isso faz parte das nossas relações de amizade, a solidariedade com as pessoas que infelizmente perderam os seus membros em resultado dos acidentes. Eu penso que este acto irá trazer o seu sorriso de volta”, disse Robert Shetkintong, o alto comissário da Índia.
Os pacientes agradecem pela iniciativa, depois de terem enfrentado dificuldades para obter proteses.
Porque persistem dificuldades na produção de próteses, devido às máquinas obsoletas, o Centro Ortopédico do HCM espera que o equipamento indiano permaneça na unidade sanitária, para facilitar o processo.