Os resultados líquidos dos bancos reduziram 21,91% no ano de 2024 em relação ao período homólogo de 2023. O aumento dos custos operacionais e a redução dos resultados de exploração estão entre as principais razões, segundo o Banco Central.
Num ano marcado pela tensão pós-eleitoral, permanência do país na lista cinzenta do GAFI, tempestades tropicais, terrorismo e pela pressão sobre a dívida pública, os resultados líquidos dos bancos atingiram 24,01 mil milhões de meticais, uma redução de 21,91% face a 2023.
“Esta redução resulta, por um lado, do aumento dos custos operacionais, com destaque para os gastos com pessoal, em 7,88%, e, por outro, da redução de outros resultados de exploração, reflectindo o aumento das perdas por imparidade em 44,60%”.
Do resultado líquido global alcançado no ano passado, 16,82 mil milhões de meticais, equivalentes a 64,63%, são provenientes dos três principais bancos comerciais do sistema financeiro nacional, nomeadamente, BCI, Standard Bank Moçambique e Millennium BIM.
Os dados constam do Relatório de Estabilidade Financeira do Banco de Moçambique. O documento refere ainda que o crédito em incumprimento totalizou 30,41 mil milhões de meticais em 2024, contra 26,50 mil milhões registados no período homólogo de 2023.
“A nível sectorial, a agricultura, os transportes e comunicações, bem como o comércio, concentram as maiores cifras de incumprimento”.
No período em análise, o relatório aponta que o risco soberano foi severo porque o Governo absorveu parte significativa do crédito interno e a dívida pública manteve-se insustentável.
Embora os resultados líquidos dos bancos tenham reduzido consideravelmente, o banco central refere que em 2024 o sistema financeiro esteve estável, sólido e bem capitalizado.