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Médicos da HCN não vão prestar serviços depois da 15:30

Os médicos do Hospital Central de Nampula (HCN) avisam que a partir do dia 1 de Julho vão deixar de prestar serviço depois das 15h30, pois, há um ano e meio,não são pagos pelo trabalho realizado nos turnos, feriados e fins-de-semanas.

O maior hospital da zona Norte do país está à beira de uma crise. “O ponto essencial neste momento é o não pagamento de valor referente ao trabalho extraordinário, referente ao exercício 2024, todo ano,  de Janeiro a Dezembro, e deste ano, até agora. Nós nunca enfrentamos esses problemas antes (…) mas de 2023, 2024 e este (estamos com esse problema). O que está por trás não sabemos”, disse Pascoal Víctor, Médico da HCN. 

O trabalho realizado depois das 15h30, que é o horário normal de trabalho na Função pública, carece da disponibilidade dos médicos e é feito por escala previamente acordada entre as partes e autorizada pela direcção do hospital.

“Este pagamento, relacionado ao serviço extraordinário, é feto mediante uma autorização por parte das estruturas do hospital, e assim é viabilizado. Significa que, se carece de alguma autorização, existe algum compromisso  de também este ser remunerado”, explicou o médico. 

E porque nos últimos 18 meses não tem acontecido o pagamento, os médicos, todos, decidiram não mais estar disponíveis para trabalhar em turnos, nos fins de semanas e feriados a partir do primeiro dia de Julho.

“Não se trata de uma greve. O que não vamos fazer é um trabalho que não nos é pago. Agora, pelo trabalho que nos é pago, no horário normal das 07:30 às 15:30. Todos os departamentos terão médicos e profissionais a trabalhar. O que não será realizado é o trabalho extraordinário”, acrescentou Vanilton Acuna,   Médico-residente em cirurgia.

Trata-se de médicos de clínica geral, médicos que estão a fazer especialização e outros que decidem pôr em causa o slogan do Ministério da Saúde – O Nosso Maior Valor é a Vida.

“Foi uma decisão muito difícil de tomar, neste momento, porque o nosso maior valor é a vida, a nossa função é salvar vidas.  Fica um pouco complicado, neste momento, dar uma resposta sobre como vão ficar as actividades nesses sectores, mas esperamos que a direcção tenha uma resposta”, apelou Vanilton Acuna. 

O assunto é do conhecimento da direcção do Hospital Central de Nampula, que, por enquanto, não presta quaisquer declarações à imprensa.

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