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Malawi e Moçambique inauguram fronteira de paragem única para impulsionar comércio

Os Presidentes de Moçambique,  Daniel Chapo, e do Malawi, Lazarus Chakwera, inauguraram esta  Sexta-feira a Fronteira de Paragem Única de Dedza/Calomuè, uma  infra-estrutura moderna de controlo coordenado que visa acelerar o  comércio transfronteiriço e reforçar a cooperação bilateral. 

O novo posto, que permite a realização conjunta de procedimentos  de migração, alfândega e sanidade, reduz custos logísticos, facilita o  fluxo de pessoas e mercadorias e simboliza os 50 anos de relações  diplomáticas entre os dois países.

A cerimónia, inserida na visita oficial do Presidente moçambicano ao  país vizinho, foi marcada por apelos à integração económica, à livre  circulação e ao desenvolvimento conjunto das duas nações. 

Daniel Chapo afirmou que a inauguração deste posto  representa mais do que um avanço técnico. “Estou bastante satisfeito  por estar aqui, porque a inauguração desta fronteira demonstra a  amizade e a cooperação entre os dois povos, que dura há 50 anos.  São cinco décadas, é uma vida”, declarou, sublinhando a  importância da união como base para o progresso. “Somos um único  povo, somos todos irmãos, temos a mesma cultura, os mesmos nomes,  falamos a mesma língua”. 

O modelo de Paragem Única permite que os procedimentos de  migração, alfândega e sanidade dos dois países sejam realizados num  único ponto de verificação, promovendo maior eficiência, reduzindo  o tempo de espera e os custos para transportadores e viajantes, e  facilitando o comércio transfronteiriço. A medida visa ainda aproximar  as instituições dos dois Estados e impulsionar a competitividade das  economias locais. 

“A inauguração desta fronteira é para dinamizar a economia, é para  acelerar a economia dos nossos dois países, porque o nosso objectivo  como governo é criar melhores condições de vida para a nossa  população”, afirmou o estadista, destacando a necessidade de  eliminar entraves à circulação de bens e pessoas. “E não é possível  desenvolver se não houver união entre os nossos povos”. 

O Chefe do Estado reforçou o compromisso de continuar a investir em  infra-estruturas integradas, que liguem os dois países por terra, ferrovia,  ar e mar. “Vamos continuar a investir, como irmãos, em portos, até 

portos secos; corredores de desenvolvimento; estradas; linhas férreas  que ligam Moçambique a Malawi. Vamos continuar a trabalhar para  que a ligação aérea entre Moçambique e Malawi seja directa”. 

A cerimónia de inauguração foi também uma ocasião simbólica para  celebrar meio século de laços diplomáticos. “Não há melhor coisa  quando nós fazemos aniversário, é bom preparar-se um presente. E  nós, hoje, viemos entregar um presente ao povo malawiano e ao povo  de Moçambique”, disse o Presidente moçambicano, referindo-se à  Fronteira de Paragem Única como símbolo de irmandade renovada. 

Por seu lado, o Presidente do Malawi considerou o momento como um  marco histórico. “Hoje é um dia diferente de muitos outros, porque  estamos a ver algo positivo. Estamos muito felizes porque Moçambique  e Malawi podem fazer isto juntos. Desta vez não só vamos falar de  comércio e investimentos, vamos realmente fazer comércio e  investimentos”. 

Chakwera destacou a importância de transformar a  cooperação em acções concretas, com impacto directo nas vidas  das populações. “Temos que ver como é que podemos trabalhar  juntos e ver como os nossos povos se tornem resilientes juntos, porque o  destino de África é estarmos todos juntos”, declarou, reforçando a  visão de uma África interligada e solidária. 

O encerramento da cerimónia ficou marcado por uma nota de  compromisso mútuo entre os dois Estados. “Somos irmãos, vamos  continuar a desenvolver os nossos países, os nossos povos, criar  melhores condições de vida para a nossa população”, disse Chapo, sublinhando a necessidade de remover barreiras,  apoiar o sector privado, incentivar os jovens empreendedores e 

acelerar o desenvolvimento regional. “Este é o nosso objectivo entre  os nossos dois governos”. 

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