O tribunal especial anticorrupção do Senegal indiciou, na segunda-feira, Amadou Mansour Faye, ex-ministro do desenvolvimento comunitário e cunhado do ex-presidente Macky Sall, sob acusações de desvio de mais de 4,6 milhões de dólares em fundos públicos.
Faye é agora o quinto funcionário do Governo anterior a ser indiciado pelo Tribunal Superior de Justiça, um órgão judicial especial encarregado de julgar ex-funcionários do governo por crimes cometidos no exercício do cargo. O tribunal negou-lhe fiança e ordenou sua prisão preventiva, de acordo com seu advogado, Amadou Sall, citado por African News.
Esta última acusação faz parte de uma repressão mais ampla à suposta corrupção sob a administração do recém-eleito presidente Bassirou Diomaye Faye, que fez campanha com promessas de transparência e responsabilização.
Na semana passada, o mesmo tribunal deteve outros dois ex-ministros: Moustapha Diop, que foi ministro do desenvolvimento industrial, é acusado de desviar cerca de 4 milhões de dólares do fundo de auxílio à Covid-19 do Senegal, enquanto a ex-ministra das Minas, Aissatou Sophie Gladima, enfrenta acusações de apropriação indébita de 330 mil dólares de um fundo destinado a mineradores afectados pela pandemia.
As acusações decorrem de um inquérito parlamentar que revelou o uso indevido generalizado de verbas públicas durante o governo anterior.
A administração do Presidente Faye manteve-se até agora firme na sua posição, afirmando que ninguém está acima da lei e que os recursos públicos devem ser salvaguardados no interesse do desenvolvimento nacional.