O País – A verdade como notícia

Especialistas na Beira preocupados com casos de pacientes que procuram tratamento na fase terminal das doenças

Especialistas da área de saúde, afectos ao Hospital Central da Beira (HCB), têm estado a receber, com alguma frequência, pessoas padecendo de doenças que, em casos normais, teriam sido tratadas e curadas sem nenhuma complicação. Infelizmente, uma parte dos pacientes internados, só recorrem  aos serviços de saúde quando a enfermidade está numa fase complicada ou mesmo terminal, o que dificulta a intervenção médica e, por conseguinte, a cura.

Um dos exemplos é de uma adolescente de 16 anos, que frequentava a 11.ª classe, no posto administrativo de Mafambisse, no distrito de Dondo.

A mesma padece de um tumor maligno, raro e muito agressivo, que se localiza na coxa, que começou a afectar a estudante em finais de 2023, mas os pais só recorreram ao hospital em princípios deste ano, numa altura em que a doença já tinha afectado vários órgãos. De acordo com uma especialista, a doença está numa fase terminal.  “Dos estudos feitos, constatou-se que apresentava metástase, tanto para a região pélvica assim como para os pulmões e também o fígado”, explicou uma especialista afecta ao HCB.

Ou seja, o tumor afectou os referidos órgãos, facto que impediu a desarticulação da coxa.”Não tinha como, porque já está praticamente avançado. Para dizer que, na verdade, esses tumores ou esses carcinomas não respondem à quimioterapia ou à radioterapia. O tratamento é mais cirúrgico, mas quando não estamos perante casos de metástase, quando estamos perante metástase, tu já não podes fazer muita coisa. Simplesmente é mais tratamento paliativo, apoio psicossocial, apoio familiar e tratar em todos os casos que nos chegam, se tem anemia, tratamos de anemia, se tem alguma  dor, tratamos de dor .E com acompanhamento sempre de psicólogo, tanto para os familiares como para  o paciente”, explicou a médica.

Para a especialista, só há uma explicação para o tumor chegar na fase em que está e alerta as comunidades para priorizarem tratamentos médicos. “É uma paciente que chegou aqui nos nossos serviços, já no estado terminal, podemos assim dizer.  Quando aparece um paciente ou alguém com um nódulo, com alguma ferida, é importante aparecer na unidade sanitária, para que?Para podermos fazer alguns exames ainda cedo.  Quando chega tarde, já fica difícil para fazermos alguma coisa.

Praticamente, eu acredito que ficou muito tempo em casa ou nas unidades sanitárias periféricas e, nas nossas unidades, já chegou a ser muito para fazermos”

 

De acordo com o cirurgião, não há uma causa específica que origine um tumor maligno raro e, segundo pesquisadores, mutações genéticas que desorganizam as células do organismo acabam causando a doença.

 

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos