Jair Bolsonaro foi, esta terça-feira, acusado formalmente pela tentativa de golpe de Estado, depois de perder as eleições presidenciais de 2022, para impedir a posse de Lula da Silva, segundo avançou a Folha de São Paulo.
O ex-presidente brasileiro foi acusado pela Procuradoria-Geral da República de praticar crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, e também de golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra património da União
deterioração de património destruído, além de participação numa organização criminosa, que “tinha como líderes o próprio Presidente da República e o seu candidato a vice-presidente, o General Braga Neto”.
Bolsonaro, por sua vez, diz estar “indignado e estarrecido”. “Aqui se relatam factos protagonizados por um Presidente da República que forma com outros personagens civis e militares organização criminosa e estruturada, para impedir que o resultado da vontade popular expressa nas eleições presidenciais de 2022 fosse cumprida, implicando a continuidade no Poder sem o assentimento regular do sufrágio universal” afirma o procurador-geral brasileiro, Paulo Ganet, na acusação, segundo cita a imprensa brasileira.
O procurador-geral defende ainda que Bolsonaro sabia e concordou com o plano para matar Lula da Silva.
“Os membros da organização criminosa estruturaram, no âmbito do Palácio do Planalto, um plano de ataque às instituições, com vista à derrocada do sistema de funcionamento dos Poderes e da ordem democrática, que recebeu o sinistro nome de “Punhal Verde Amarelo”. O plano foi arquitetado e levado ao conhecimento do Presidente da República, que a ele anuiu”, acrescentou Ganet.
A denúncia feita ao Supremo Tribunal Federal do Brasil inclui outras 33 pessoas, entre elas o ex-ministro brasileiro Walter Braga Netto, candidato a vice-presidente em 2022, que actualmente se encontra em prisão preventiva. Caso o Supremo aceite a acusação, o ex-Chefe de Estado brasileiro passará à condição de réu e será julgado. O processo será liderado pelo juiz Alexandre de Moraes, ministro do STF.