A questão no título foi feita por Isaque Chande, num discurso que proferiu na manhã desta quarta-feira, na faculdade de Ciências Jurídicas, da Universidade Técnica de Moçambique (UDM).
Convidado a proferir a aula inaugural da faculdade, na qualidade de Provedor de Justiça, Chande escolheu como tema a "Integridade e Honestidade como Pressupostos para a Transformação Económica e Social de Moçambique".
"Preocupa-me a ausência da honestidade no nosso país" justificou o provedor, como razão de ter escolhido o tema.
Em cerca de uma hora, Chande deplorou a conduta censurável de boa parte dos servidores públicos no país, considerando que "há muita corrupção, decorrente da falta de honestidade. Há corrupção na Polícia, nas Alfândegas, na Saúde e na Educação. Há corrupção em quase tudo".
"O Presidente da República diz que temos tudo para dar certo. É verdade! Então, o que falta?", questionou.
"Para além do dinheiro e da capacidade técnica e tecnológica, falta-nos honestidade e integridade, no compromisso de fazer tudo certo, nas nossas actuações", disse Chande, sublinhando que "podemos ter muito dinheiro, mas se nós olharmos para nós mesmos, não vai servir".
Como recomendação para inverter o cenário que considera "grave", o Provedor de Justiça disse ser necessário investir na formação do homem comprometido e, mobilizar a todos contra a corrupção".
Chande terminou a aula inaugural na UDM, expressando: "Um país é rico, não pelos seus recursos naturais. Mas sim, por que têm homens comprometidos com o interesse geral. Naturalmente, em todas as sociedades há desvios. Mas, o problema é a dimensão destes desvios."