O Presidente da República, Filipe Nyusi, disse que o futuro de Moçambique será moldado pelos moçambicanos. Nyusi disse ainda que Moçambique não irá permitir que pessoas de fora controlem as suas decisões. O Chefe de Estado falava no contexto da Cimeira Extraordinária da SADC.
Filipe Nyusi partilhou, com a imprensa, os pontos partilhados na Cimeira Extraordinária da SADC, sobre segurança na região, particularmente na República Democrática do Congo.
O Presidente da República avançou que foi partilhada, na cimeira, a situação pós-eleitoral que Moçambique vive, vincando que “o Governo reconhece que existem gritos legítimos de jovens no sentido de melhorar as condições de vida, alargar cada vez mais as oportunidades para todos, explorar os caminhos que facilitem ou concorram para mais emprego para jovens”.
O Chefe de Estado sublinhou que o futuro de Moçambique será moldado pelos próprios moçambicanos. Por isso, “nós pedimos aos nossos amigos e parceiros de cooperação internacionais, aqueles que são genuinamente amigos (…) a contribuir para que continuem a ser defensores e a seremos do primado da lei no nosso Estado, respeitando as nossas instituições e não incentivar o ódio e a intolerância entre os moçambicanos”.
“O nosso ponto foi mais informativo. O debate principal, a razão da reunião era a situação militar ou da segurança da República Democrática do Congo. Mas relativamente ao nosso caso, por ser um fórum internacional, nós exploramos o espaço, e deixamos claro que Moçambique não irá permitir que pessoas de fora controlem as nossas decisões”, esclareceu.
Fez-se ainda referência, durante a cimeira, segundo avançou o Chefe de Estado, que a solução dos desafios que o país enfrenta reside na convivência pacífica entre os moçambicanos. “Dissemos que juntos devemos identificar o que precisamos mudar, e juntos devemos caminhar de forma a sair desta situação de violência, que apenas contribui para uma regressão social e económica do país”, disse.
Nyusi avançou também que “os nossos irmãos” ficaram solidários com os moçambicanos e lamentaram a perda de vidas, apelando para que, o mais rápido possível, a vida volte ao normal, pois é uma situação que também está a complicar um pouco a situação económica da região.
Acrescentou que Moçambique continua aberto para os caminhos do diálogo com todas as forças vivas da sociedade, na busca de uma solução harmoniosa e duradoura que ajude “a resgatar a esperança e confiança, neste Moçambique, que é a pátria de todos os moçambicanos”.
Respondendo a pergunta sobre o apoio da União Europeia as Forças Ruandesas para Combate ao terrorismo em Cabo Delgado, Filipe Nyusi disse que se trata de uma dupla vitória, uma vez que, “nós não estamos a pagar o Ruanda. Os custos de operação no combate, para o tipo de força que ele empenhou, é muito alto. E eu acredito que a União Europeia apoia o Ruanda por saber que está a apoiar Moçambique debaixo de muitos custos que nós não conseguimos”.
Em relação à situação da República Democrática do Congo, segundo partilhou Filipe Nyusi, decidiu-se prolongar o mandato da missão da SADC na República Democrática do Congo por mais de 12 meses.