Desde que foi anunciada uma semana de manifestações, pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, os envolvidos nas marchas tentaram várias vezes, sem sucesso, alcançar o centro da Cidade de Maputo. Entretanto, partindo de vários bairros suburbanos da capital do país, os manifestantes conseguiram, esta quinta-feira, parte do que pretendiam.
Por volta das 11 horas, viu-se várias tentativas de a população contornar a barreira policial e militar em prontidão nas avenidas da capital do país. Quando as autoridades proibiam a circulação numa certa via, os manifestantes escolhiam outros caminhos. Assim, viu-se várias pessoas a marchar na Avenida Eduardo Mondlane, a partir da estátua do primeiro presidente da Frelimo.
Uma vez na Estátua Eduardo Mondlane, e resistindo ao gás lacrimogéneo disparado, os manifestantes marcharam até à zona da Electricidade de Moçambique, muito próximo ao Hospital Central de Maputo. Ali a polícia e os militares, com carros blindados, vedaram a passagem. Nisso, houve, inclusivamente, uma espécie de negociação entre as partes. No entanto, os manifestantes insistiram em continuar o percurso, mas as autoridades não permitiram.
Para dispersar a população, uma vez mais, as autoridades dispararam gás lacrimogéneo. Assim, viu-se os manifestantes, com garrafas plásticas para apagar o gás e lavar o rosto, a fugir por avenidas alternativas à Eduardo Mondlane.
Na Avenida Acordos de Lusaka, que marca a fronteira entre a zona cimento e o emblemático subúrbio da Mafalala, por exemplo, alguns moradores saquearam lojas.
A polícia disparou gás lacrimogéneo, entre a fumaça dos pneus queimados, mas, mesmo assim, viu-se moradores a atravessar a avenida com bens saqueados à cabeça.