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Moçambique entre os sete países com maior crise alimentar da década na África Austral 

Foto: PMA/ONU

21 milhões de crianças estão em situação de desnutrição crónica, na África Austral, devido a seca e fome, que afectaram mais de 27 milhões de pessoas na região.  Moçambique e Angola estão entre os sete países que enfrentam a pior crise alimentar das últimas décadas, situação precipitada pelo fenómeno El Niño.

A informação foi partilhada, esta terça-feira, pelo Programa Mundial para Alimentação, que alertou, na ocasião, que a sua capacidade de fornecer ajuda corre o risco de ser prejudicada por insuficiência de financiamento.

Segundo o Programa das Nações Unidas,  milhões de pessoas enfrentam a maior fome na região e um total de 21 mil crianças estão desnutridas. 

“É uma seca histórica, a pior crise alimentar até agora, que devastou mais de 27 milhões de vidas na região. Cerca de 21 milhões de crianças estão desnutridas. Para muitas comunidades, esta é a pior crise alimentar em décadas” apontou Tomson Phiri, Porta-voz do PMA na África Austral. 

As Nações Unidas apelam para a união de esforços, com vista a mitigar os impactos. 

“O Programa Mundial de Alimentação, das Nações Unidas, apela por apoio urgente para assistência, a fim de evitar uma seca generalizada desencadeada pelo El-Ninõ, que pode se transformar em uma catástrofe humanitária em grande escala” , disse na conferência de imprensa realizada em Genebra, o Porta-Voz. 

Entre os países mais afectados na região, encontram-se: Lesoto, Malawi, Namíbia, Zâmbia e Zimbabwe, que já declararam estado de desastre e apelaram ao apoio humanitário internacional. 

Apesar de não terem declarado estado de desastre, Moçambique e Angola, também, estão na lista dos países onde a situação é extremamente crítica, de acordo com o Programa Mundial para Alimentação.  

A agência tem o plano de  fornecer alimentos e, em alguns casos, assistência monetária a mais de USD 6,5 milhões de pessoas nos sete países mais atingidos, para cobrir o período até à próxima colheita, em Março.

O PMA disse, no entanto, que recebeu apenas cerca de um quinto dos 369 milhões de dólares de que precisava.

Segundo o responsável, “as colheitas fracassaram, o gado morreu e as crianças têm a sorte de receber pelo menos uma refeição por dia. A situação é terrível e a necessidade de acção nunca foi tão clara”.

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