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Arranca hoje processo de DDR dos guerrilheiros da Renamo

Iniciou hoje em Satungira o processo de Desmilitarização, Desmobilização e Reintegração (DDR) das forças residuais da Renamo.

A histórica de Satungira, onde em Agosto de 2016, o Presidente da República manteve um encontro com o falecido líder da Renamo Afonso Dhlakama, em busca da paz, voltou a ser palco, hoje, de mais um evento que vai certamente ficar registado na história de Moçambique.

Logo pela manhã, as forças residuais da Renamo, homens e mulheres, alguns armados, com armas de fogo do tipo AKM e pistolas, outros com fisgas e grande parte deles, incluindo mulheres desarmados, começaram a se concentrar no mesmo local, onde há cerca de dois anos o Presidente da República e o então líder da Renamo estiveram reunidos.

Estavam todos ansiosos. Enquanto esperavam pelo arranque do processo conversam animadamente, o que indicava que estavam prontos para o acto, que foi orientado pela comissão militar, composto por elementos das Forças de Defesa e Segurança, comandos da Renamo e especialistas militares de alguns países estrangeiros, Argentina, Suíça, Zimbabwe, Tanzania, Irlanda, Alemanha, Índia, Noruega e EUA.

Estava-se perante o processo efectivo da desmilitarização, desmobilização e reintegração (DDR). Este processo vai abranger 5. 221 guerrilheiros  da Renamo  que estão neste momento nas províncias de Sofala, Inhambane, Tete, Niassa e Nampula.

Hoje, primeiro dia do arranque do DDR, estava programado o desarmamento de pelo menos 50 guerrilheiros. Mas até a retirada da equipa de jornalistas destacada para a cobertura do evento, apenas seis homens é que tinham entregue as armas. Os restantes 44 não tinham armas. Fizeram apenas o registo para o seguimento de outros procedimentos que incluirão o acantonamento, cujas infra-estruturas estão a ser erguidas também em Satungira. Serão montados serviços de emissão de cartões de desmobilização, bilhetes de identidade, entre outros.

A comissão militar é que garantia o registo dos nomes dos guerrilheiros e o registo das armas, número e país de fabrico. Depois da desmilitarização, os homens eram e encaminhados para o pavilhão de registo e reintegração.

Ossufo Momade, presidente da Renamo que procedeu ao lançamento do processo, manifestou o desejo de que o mesmo seja humanizado.

"A partir desta cerimónia histórica e de grande simbolismo, esperamos que prevaleçam os valores de não mais voltaremos a cometer os erros do passado. Somos por uma reintegração humanizada e dignificante, daí que aguardamos a concretização das promessas de apoios feitas, quer pelo Governo, quer pela comunidade internacional, para que este fim seja uma realidade”, indicou Momade.  

Momade acrescentou que a partir do lançamento do DDR, a Renamo aguarda uma nova página na história de Moçambique.  

"Queremos eleições livres, justas e transparentes no dia 15 de Outubro, de modo a haver um justo vencedor. Queremos que a convivência democrática seja uma cultura entre os partidos políticos. Jamais queremos que o machado do terror seja desenterrado” – disse Ossufo Momade, reiterando o compromisso de cumprir na letra e no espírito o memorando de entendimento de 6 de Agosto de 2018.

O Major General Eugénio Mussa, que representa o governo na comissão militar afirmou que o maior desejo de todas as forças envolvidas neste processo é que se alcance uma paz efectiva.

“O nosso desejo e expectativa é que o processo prossiga até ao alcance da paz definitiva. Estamos cientes de que a entrega, dedicação e envolvimento directo do Presidente da República continuará a ser decisivo para o alcance deste objectivo que os moçambicanos almejam”.

 
 

 

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